Você já ouviu falar em Síndrome de Burnout? Trata-se de um distúrbio emocional e psíquico provocado por condições desgastantes no ambiente de trabalho. A principal causa da condição é o excesso na rotina profissional que leva à exaustão extrema, estresse e esgotamento físico.
Segundo dados do International Stress Management Association (ISMA-BR), o Brasil é o 2º país do mundo com mais casos de burnout. Em números concretos, a doença atinge 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores, de acordo com pesquisa da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt).
Sintomas do burnout
O risco do diagnóstico tardio é que a Síndrome de Burnout pode desencadear doenças mais sérias, como a ansiedade e depressão. De acordo com a psicóloga Larissa Fonseca, os sintomas da condição envolvem dores físicas, problemas emocionais ou psicológicos.
A profissional explica que o burnout é dividido em três estágios. O primeiro envolve sintomas iniciais de estresse, como irritabilidade, baixa produtividade, falta de ar, taquicardia e insônia.
"No segundo estágio, o quadro do estresse se intensifica e instaura-se o início de um transtorno ansioso", comenta. Segundo a médica, o cortisol elevado em decorrência do estresse mantém a mente e o corpo frequentemente sob alerta e provoca os seguintes sintomas:
- Ansiedade;
- Baixa imunidade;
- Dores de estômago;
- Dificuldade em se cuidar;
- Sensação de estar constante pressão;
- Problemas intestinais.
O terceiro e último estágio do burnout está relacionado à tristeza e depressão. "Nessa fase, é possível abandono de trabalho, mudança de carreira e pode ocorrer a 'queima' mental. Entro na minha cozinha e não sei onde guardo meus copos, por exemplo. A mente para momentaneamente de funcionar", conta.
Diagnóstico
Para diagnosticar a Síndrome de Burnout, o médico realiza uma avaliação clínica acerca dos sintomas físicos, psicológicos e do ambiente profissional do paciente. "Geralmente há uma avaliação de sintomas de exaustão, ambiente profissional, isolamento, sensação da redução de capacidade profissional e possíveis transtornos mentais", explica Fonseca.
Tratamento
O tratamento inclui acompanhamento psicológico e, em alguns casos, uso de antidepressivos. A duração do tratamento é relativa, com a possibilidade de durar anos, e, em alguns casos, o colaborador precisa se afastar completamente do trabalho.
"O tratamento envolve a autopercepção dos próprios limites, melhora da autoestima e os ajustes comportamentais que devem ser realizados. Algumas vezes, mudança de área, clientes e até carreira", aponta Larissa.
Além disso, também é necessário incluir atividade física regular, práticas de relaxamento, hábitos alimentares mais saudáveis e hobbies, como a leitura, artes plásticas ou fotografia e, principalmente, momentos de lazer.