O Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico de causas genéticas, caracterizado por sintomas como falta de atenção, inquietação e impulsividade. Aparece na infância e pode acompanhar o indivíduo por toda a vida, se não for devidamente reconhecido e tratado. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção).
O que é TDHA
O TDAH (Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizado por uma tríade de sintomas – desatenção, hiperatividade e impulsividade – e compreende uma das síndromes mentais mais estudadas e prevalente principalmente na infância. Estima-se hoje que cerca de 6% das crianças em idade escolar apresentam sintomas. Geralmente há melhora do quadro, principalmente no que tange a impulsividade, com o passar do tempo porém até 40% dos pacientes podem persistir com os sintomas quando adulto.
Tipos
Temos três subtipos: predominantemente desatento, predominantemente hiperativo-impulsivo e combinado, responsável por 50% dos casos.
Os principais sintomas descritos são a constante interrupção de tarefas e atividades, prematuramente ou inacabadas, frequente perda de interesse em uma atividade com desvio do foco da atenção, dificuldade de manter a atenção de maneira persistente comprometendo o desenvolvimento e influenciando as atividades do dia a dia.
Dentro da hiperatividade e impulsividade temos a inquietação psicomotora intensa em momentos e ambientes que necessitariam o contrário, dificuldade de permanecer parado ou quieto, dificuldade de realizar atividades de maneira calma e organizada.
Principais sintomas
Por ser uma doença do neurodesenvolvimento muitas vezes os sintomas só se tornam evidentes a partir do momento em que as responsabilidades e independência se tornam maiores. Os pacientes geralmente apresentam dificuldade na resolução de problemas, planejamento, orientação, flexibilidade, atenção prolongada, memória de trabalho e também podem apresentar componentes afetivos – como ansiedade, depressão.
Causas
Segundo estudos, a predisposição genética e a ocorrência de alterações nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) que estabelecem as conexões entre os neurônios na região frontal do cérebro são as principais causas do transtorno do déficit de atenção.
Fatores de risco
Crianças nascidas prematuras, que possuem transtorno desafiador de oposição ou de conduta, transtornos do humor (ansiedade e depressão), familiar próximo com diagnóstico fechado, epilepsia, transtornos do neurodesenvolvimento, uso indevido de substâncias psicoativas tem maior risco de desenvolvimento.
Diagnóstico
Apesar de muito estudado, o diagnóstico não é simples por ter vários sintomas em comum com outras condições clínicas e também com o desenvolvimento normal do paciente, sendo necessária a avaliação clínica por profissionais capacitados para tal diagnóstico. Por isso, são necessários questionários, uma ampla investigação clínica e por muitas vezes também a avaliação neuropsicológica, levando em consideração todas as fontes de informação – família, cuidadores, responsáveis.
Explicar que consiste em psicoterapia, uso de medicamentos e mudança de alguns hábitos, como manter alimentação equilibrada e praticar atividades físicas.
Tratamento
O tratamento tem como base a intervenção multimodal – que é a associação de terapias medicamentosas, com metilfenidato ou lisdexanfetamina -, com a terapia cognitiva e comportamental, criando estratégias compensatórias para melhorar o controle executivo e funcionamento ocupacional e social. É importante reforçar que a base do acompanhamento e tratamento será o tratamento psicológico, utilizando a medicação como trampolim para atingir o objetivo final.
Fonte: Ibsen Felipe Antonio, neurologista no Eco Medical Center