Veja as causas da compulsão alimentar em crianças

Estar atento aos sintomas e aos fatores que podem desencadear esse problema nos pequenos é essencial para preveni-lo

8 out 2024 - 10h58

A compulsão alimentar é um distúrbio caracterizado pela ingestão excessiva de grandes quantidades de alimentos em um curto período, geralmente acompanhada de uma sensação de perda de controle sobre o que e quanto se está comendo. Ao contrário de uma fome física, essa condição é muitas vezes desencadeada por emoções como ansiedade, estresse ou tristeza.

A compulsão alimentar é um problema que também pode atingir as crianças
A compulsão alimentar é um problema que também pode atingir as crianças
Foto: Kseniia Perminova | Shutterstock / Portal EdiCase

Embora seja mais comum em adultos, também pode atingir crianças, que, diante de situações de estresse emocional, problemas familiares ou dificuldades escolares, podem recorrer à comida como forma de alívio ou compensação. Esse comportamento pode levar ao ganho de peso e a problemas de saúde, além de afetar o bem-estar emocional.

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Para a psicóloga Valeska Bassan, especialista em transtornos alimentares, se, desde cedo, a alimentação é utilizada como forma de acalmar ou recompensar, isso pode reforçar o comportamento compulsivo. "Uma criança que, diante de frustrações ou estresse, é constantemente presenteada com doces ou guloseimas, pode começar a ver a comida como uma solução para lidar com as emoções", alerta.

Sintomas da compulsão alimentar em crianças

É na infância que começa a formação de hábitos que podem acompanhar uma pessoa por toda a vida. É também nessa fase que alguns comportamentos, como as compulsões alimentares, podem se manifestar de forma sutil, mas com impactos profundos no bem-estar físico e emocional da criança que se estende conforme o crescimento. Para a psicóloga, reconhecer esses sinais precocemente é essencial para prevenir consequências futuras mais graves na adolescência e na vida adulta.

"Uma criança que come de forma exagerada, mesmo quando não está com fome e que ainda apresenta episódios seguidos de sentimentos como culpa, tristeza ou vergonha já pode ser um alerta de compulsão marcada pela perda de controle na hora de comer", alerta a psicóloga.

Manter uma rotina alimentar pode ajudar a evitar a compulsão alimentar nas crianças
Foto: OlesyaPogosskaya | Shutterstock / Portal EdiCase

Causas da compulsão alimentar na infância

A falta de rotina alimentar também é um fator que pode levar a episódios de compulsão. "A ausência de horários regulares para refeições e lanches pode gerar ansiedade em relação à próxima refeição, levando a uma ingestão exagerada de alimentos quando, finalmente, têm acesso à comida", explica Valeska.

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Não é à toa que o consumo de doces é indicado para crianças maiores de 2 anos. "Os alimentos ricos em açúcar, gordura e sódio também podem predispor a criança a comer compulsivamente, pois ativam o sistema de recompensa do cérebro, levando a uma busca constante por prazer imediato, tornando difícil para a criança parar de comer quando deveria", diz a psicóloga.

Prevenindo a compulsão alimentar

Valeska afirma que estar atento aos sinais, manter um ambiente familiar acolhedor e buscar orientação de profissionais capacitados são passos importantes para garantir que a criança cresça com uma visão saudável sobre si e sua alimentação. "Os hábitos que são cultivados na infância têm grande influência sobre o futuro das crianças, tanto no aspecto físico quanto no emocional", diz a especialista.

Tratamento para a compulsão alimentar

O tratamento da compulsão alimentar em crianças envolve uma abordagem multidisciplinar, com o objetivo de tratar tanto os aspectos emocionais quanto os comportamentais. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é amplamente utilizada para ajudar a reconhecer os gatilhos emocionais e a desenvolver estratégias para lidar com eles de maneira saudável.

O apoio psicológico, tanto individual quanto familiar, também é fundamental, pois muitas vezes o ambiente de casa desempenha um papel significativo no comportamento alimentar da criança. Nutricionistas podem auxiliar na reeducação alimentar, promovendo hábitos mais saudáveis e equilibrados. Em alguns casos, o acompanhamento médico pode ser necessário, especialmente quando a compulsão alimentar está associada a outras condições, como ansiedade ou depressão, que podem requerer tratamento específico.

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Por Mayra Barreto Cinel

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