1º paciente a receber rim de porco geneticamente modificado morre nos EUA

Richard Slayman, de 62 anos, morreu dois meses após a cirurgia de transplante

12 mai 2024 - 09h02
(atualizado em 13/5/2024 às 20h34)
Richard Slayman morreu aos 62 anos
Richard Slayman morreu aos 62 anos
Foto: Hospital Geral de Massachusetts

Primeiro paciente a receber um rim de porco, Richard Slayman morreu aos 62 anos, quase dois meses após o transplante do órgão modificado geneticamente. A morte foi confirmada pela agência de notícias Associated Press na noite de sábado, 11.

A família de Slayman agradeceu o empenho da equipe médica: "Seus enormes esforços liderando o transplante deram à nossa família mais sete semanas com Rick, e nossas memórias feitas durante esse período permanecerão em nossas mentes e corações."

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De acordo com os médicos, não existe indicativo que a morte do paciente teve relação com o transplante. Eles expressaram tristeza e solidariedade com a família. 

Relembre o caso

A cirurgia de quatro horas, realizada em 16 de março, foi comandada pelo médico brasileiro Leonardo Riella, que também é professor associado de medicina e cirurgia na Harvard Medical School, e "representou um marco importante na busca de fornecer órgãos mais prontamente disponíveis aos pacientes", disse o hospital em um comunicado, na época. 

Slayman havia recebido um transplante de rim humano no mesmo hospital em 2018, após sete anos de diálise, mas o órgão falhou após cinco anos e ele retomou os tratamentos de diálise.

O rim foi fornecido pela eGenesis de Cambridge, Massachusetts, a partir de um porco que havia sido geneticamente modificado para remover genes que poderiam ser prejudiciais a um receptor humano e adicionar certos genes humanos para melhorar a compatibilidade. Além disso, a empresa inativou determinados vírus inerentes aos porcos que têm o potencial de infectar seres humanos.

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Os rins de porcos criados pela eGenesis e modificados de forma semelhante foram transplantados com sucesso em macacos que foram mantidos vivos por uma média de 176 dias e, em um caso, por mais de dois anos, informaram os pesquisadores em outubro na revista Nature.

Os medicamentos usados para ajudar a evitar a rejeição do órgão do porco pelo sistema imunológico do paciente incluíram uma terapia experimental com anticorpos chamada tegoprubart, desenvolvida pela Eledon Pharmaceuticals.

O procedimento do rim de porco aproxima o campo do xenotransplante -- o transplante de órgãos ou tecidos de uma espécie para outra -- de se tornar uma possível solução para a escassez mundial de órgãos.

De acordo com a Rede Unida para Compartilhamento de Órgãos, mais de 100.000 pessoas nos EUA aguardam um órgão para transplante, sendo que os rins são os mais procurados.

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*Com informações da Reuters

Fonte: Redação Terra
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