De repente, um punhado de cabelo está no travesseiro, no ralo do banheiro, no pente, e você percebe que está com o cabelo mais ralo. Você está na zona de perigo.
“A queda capilar justifica preocupação para se procurar um dermatologista quando a perda excede 100 fios por dia. Como é um processo progressivo, o cabelo vai afinando, ficando mais ralo, até a perda completa da função do bulbo. Para evitar isso, o médico poderá prescrever tratamentos em consultório, como os lasers e a infusão de medicamentos e ativos no couro cabeludo para estimular o crescimento dos fios, além de um protocolo home care com uso de medicamentos, tópicos e orais, e suplementos”, explica Cintia Guedes, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
A médica explica como agem os principais medicamentos e suplementos para a queda capilar. Acompanhe.
Finasterida
Esse é um medicamento oral de uso diário, muito utilizado para frear a queda capilar masculina. Aprovado pelo FDA para tratar perda de cabelo em homens, a finasterida faz com que os derivados da testosterona não consigam se ligar aos receptores dos folículos para que não causem queda.
“Ela tem como mecanismo de ação a diminuição do efeito da enzima 5-alfa-redutase (que é responsável por converter o hormônio testosterona em di-hidrotestosterona ou DHT) e, através do seu bloqueio ou diminuição de ação, não ocorre essa conversão, que é a causa principal de queda de cabelo de padrão masculino”, afirma a médica.
“Como diminui os níveis de DHT, ela ajuda a reverter o processo da calvície, levando ao aumento do crescimento capilar e à prevenção de perdas adicionais de cabelo”, acrescenta a médica.
A dose recomendada é de 1 mg.
Dutasterida
Com um mecanismo de ação parecido com o da Finasterida, também bloqueando a ação da enzima 5-alfa-redutase, impedindo a conversão de DHT, esse medicamento oral é apontado como uma opção mais potente. A dose recomendada é de 0,5 mg.
“Enquanto a Finasterida reduz os níveis de DHT no couro cabeludo em 73%, a Dutasterida diminui ainda mais, em cerca de 92%, segundo estudo do Journal of American Academy of Dermatology”, explica Cintia Guedes.
Minoxidil
Apesar de ter sua versão oral, o mais comum é a prescrição tópica do minoxidil, que geralmente é encontrado em farmácias de manipulação na concentração de 5%.
“O medicamento, que pode ser em loção ou espuma, deve ser aplicado diretamente no couro cabeludo com uma pequena fricção. O aumento da circulação sanguínea do couro cabelo promovido pelo medicamento traz melhora na oxigenação da região. Juntamente com essa ação, espera-se uma prolongação da fase anágena (de crescimento) dos fios. Eles também tendem a ficar mais grossos, fortes e saudáveis”, explica a dermatologista.
“O Minoxidil deve ser usado de uma a duas vezes por dia. A sua versão oral pode ser recomendada, porém, com cuidados, para não alterar a pressão arterial do paciente”, competa ela.
Exsynutriment
Esse suplemento é fonte do oligoelemento silício estabilizado em colágeno marinho. “O silício funciona como um estimulador de produção de colágeno e também reestruturador da arquitetura dérmica”, diz a médica.
“O folículo piloso nutrido com silício e embebido em colágeno irá promover um incremento na produção de queratina, o que fortalece os fios, evitando a queda e proporcionando mais resistência e elasticidade. Mas a indicação deve ser sempre feita pelo dermatologista para avaliar a real necessidade da suplementação”, afirma.
Biotina
Outra substância muito utilizada no tratamento da queda capilar, a biotina também é conhecida como vitamina B7.
“Embora seu uso como suplemento para o crescimento de cabelos e unhas seja prevalente, as pesquisas que demonstram a eficácia da biotina são limitadas e a maioria se concentra nas unhas. Na verdade, não temos grandes dados que suportem seu uso para queda capilar, ao menos que o paciente tenha esse tipo de carência nutricional. Se há essa deficiência, a reposição pode, sim, tornar os fios mais saudáveis, o que ajuda a reverter o processo de queda ocasionado pela falta do nutriente, mas não é indicado ingerir sem o diagnóstico e recomendação de um médico”, argumenta Cintia Guedes.
Por fim, a médica ressalta que o acompanhamento dermatológico é fundamental, pois alguns medicamentos têm alguns efeitos colaterais indesejados, e lembra que outro cuidado diário é com relação à alimentação.
“O consumo de proteínas como ovos, peixes e carnes é fundamental, pois contam com aminoácidos essenciais para a formação de queratina, principal componente dos fios. Além disso, fontes de vitaminas e sais minerais diversos contribuem para a manutenção da saúde como um todo, refletindo também na saúde dos fios”, finaliza Cintia.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.