Todos sabemos que nos períodos frios, praticamente qualquer tratamento que descame a pele, seja "agressivo" e produza um efeito potente pode ser feito de olhos fechados (até para aguentar a dor, pois muitos não são indolores). Mas no verão a coisa muda.
“Devemos, claro, considerar sempre as estações do ano [na indicação de um procedimento]. De forma geral, os tratamentos mais ablativos são feitos no inverno, quando a incidência dos raios ultravioleta é menor. Isso ajuda a proteger a pele do paciente contra manchas ou irritabilidade e hipersensibilidade”, destaca Ana Maria Pellegrini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
“Na verdade, não existem tratamentos proibidos no verão, tudo depende da indicação e do paciente, se ele é uma pessoa que não costuma se expor ao sol, quais os hábitos diários. Mas hoje, em consultório, temos diversos recursos que são preferíveis para melhorar a textura da pele e tratar linhas finas, manchas e estimular colágeno nessa época do ano”, completa ela.
Abaixo, médicos experientes contam como driblar o calor e continuar produzindo resultados de rejuvenescimento facial:
Confie nos injetáveis
Os procedimentos injetáveis, segundo Ana Maria Pellegrini, são indicados no verão por uma série de razões e tem mecanismos de ações diferentes, que vão desde a paralização da musculatura (toxina botulínica) para tratar rugas, até o estímulo de colágeno (bioestimuladores) e hidratação (skinbooster).
“Eles agem dentro da pele e sempre sugerimos o uso do protetor solar. Mas não há um downtime (tempo de recuperação), de forma que o paciente pode voltar imediatamente às atividades normais”, comenta ela.
Já Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS, ressalta que os bioestimuladores de colágeno, por exemplo, são grandes aliados:
“Eles estimulam células do nosso organismo (fibroblastos) a produzirem colágeno, que tem função de manter a estrutura da face. Os bioestimuladores são importantes para prevenção do envelhecimento e tratamentos de rejuvenescimento”, explica Cláudia Merlo.
“Quando associamos bioestimulador de colágeno (hidroxapatita de cálcio) a um ácido hialurônico em uma mesma seringa, criamos um meio favorável para as células produtoras de colágeno, pois uma pele hidratada responde melhor aos bioestimuladores”, completa Cláudia.
Toxina botulínica ao pescoço
É possível entregar bons resultados de rejuvenescimento facial no verão? Sim, principalmente com boas indicações, segundo Cláudia Merlo. Uma delas é a toxina botulínica na região do pescoço, que ajuda até na sustentação da face.
“Por conta do envelhecimento, perdemos compartimentos de gordura facial e colágeno; com isso, há uma queda das estruturas, formando os temidos buldogues (bochecha flácida), a papada (queixo duplo) e as rugas no pescoço. Muitas pessoas só querem tratar o rosto, mas esquecem que o músculo do platisma, no pescoço, pode ajudar a acelerar o envelhecimento e essa sensação de derretimento do rosto”, explica Cláudia.
“Para evitar esse tipo de situação, os tratamentos faciais devem ser estendidos ao pescoço e um deles é a toxina botulínica”, completa.
Segundo a médica, a contração repetida do platisma, o músculo da região do pescoço, ocasiona a perda do contorno facial.
“Eu sempre aviso os pacientes a importância de fazer toxina botulínica na face e também no pescoço. Esse músculo do platisma é depressor da face, ou seja, as contrações tendem a puxar para baixo toda a região do terço inferior”, explica a médica.
A toxina botulínica não tem contraindicação alguma para ser realizada no verão.
Troque os ácidos Hydrafacial
Saudade dos ácidos para renovar a superfície da pele e exibir aquela cútis iluminada? Há uma alternativa a esses ingredientes que são fotossensíveis. Segundo a dermatologista Mônica Aribi, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia, uma boa estratégia é apostar na hidrodermoabrasão do Hydrafacial.
“O Hydrafacial promove melhora instantânea da qualidade da pele, auxiliando na uniformização do tom e da textura e no aumento da firmeza, viço, maciez e brilho da pele graças a uma patenteada tecnologia que consegue expelir e remover facilmente as impurezas da pele enquanto fornece soluções hidratantes”, explica a dermatologista.
O procedimento não exige tempo algum de recuperação e a única indicação, que é universal, é o uso do protetor solar.
Ultrassom microfocado
“Essa tecnologia pode ser feita em qualquer época do ano, pois sua ação é profunda para estímulo de colágeno, atuando até mesmo no SMAS (Sistema Músculo Aponeurótico Superficial), que é a camada muscular mais profunda, para ter um efeito de lifting. E ele preserva a superfície da pele”, diz Ana Maria Pellegrini.
Uma das novidades é o equipamento Atria: “É um tratamento coringa indicado para vários processos do envelhecimento e que promove dois diferentes estímulos para criação de novo colágeno, por conta da aplicação com a ponteira de scanner e a de caneta”, esclarece a médica.
“Após o procedimento, a única recomendação é o uso do protetor solar, para proteger a pele”, orienta ela.
O laser moderno é um aliado
“Hoje, os lasers agem pelo que conhecemos como fototermólise seletiva, ou seja, cada pulso de luz, em comprimentos de onda apropriados, age em estruturas específicas dentro da pele. Então, eles conseguem preservar a superfície e estimular colágeno nas camadas mais profundas. E isso é importante, pois o paciente tem menor risco de irritação e desconforto em estações mais quentes. Nesse período, o ideal é tratar com lasers não-ablativos”, acrescenta Ana.
Por fim, Cláudia Merlo ressalta que todo tratamento deve ser personalizado. “Muitos pacientes acreditam que precisam da toxina botulínica, por exemplo, mas a indicação pode ser outra, como um bioestimulador de colágeno. O ideal é sempre consultar um médico”, finaliza ela.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.