8 mitos e verdades sobre a vasectomia

Entenda sobre procedimento cirúrgico realizado em homens como método de contracepção permanente

31 out 2024 - 15h32

Segundo o Ministério da Saúde (MS), em 2023, o número de vasectomias cresceu 40% no Sistema Único de Saúde (SUS), refletindo uma mudança no cenário da saúde reprodutiva masculina no Brasil. Esse crescimento pode ser atribuído, na maioria, às recentes alterações na legislação, que tornaram o acesso ao procedimento muito mais ágil e direto.

Mudanças na legislação sobre a vasectomia aumentam a procura pelo procedimento
Mudanças na legislação sobre a vasectomia aumentam a procura pelo procedimento
Foto: PeolpeImages.com - Yuri A | Shutterstock / Portal EdiCase

Entre as mudanças, está a eliminação da exigência de autorização do cônjuge, a redução da idade mínima para 21 anos, que tornou o processo mais inclusivo, e a possibilidade de jovens abaixo dessa faixa etária também poderem optar pela vasectomia, desde que tenham pelo menos dois filhos vivos.

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Considerando essas mudanças, o médico Dr. Renato Fraietta, especialista em Reprodução Humana da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva (CPMR) e coordenador do Setor Integrado de Reprodução Humana da Unifesp, explica alguns mitos e verdades sobre o procedimento. Confira!

1. A vasectomia pode ser revertida

Verdade. Existe a cirurgia de reversão da vasectomia, mas para o homem ser pai novamente vai depender da saúde da mulher e do tempo em que a cirurgia foi feita. Quanto maior o tempo, menor a taxa de sucesso na gravidez.

Nos casos de reversão com apenas 3 anos de vasectomia, as taxas de gravidez passam de 80%, reduzindo progressivamente até 45% nos casos de mais de 15 anos. Atualmente, a reversão tem sido realizada com sucesso em pacientes com mais de 20 anos de vasectomia, apresentando boa recuperação do potencial masculino para gravidez natural.

2. A vasectomia é uma cirurgia complicada

Mito. É uma cirurgia simples e rápida, que dura de 15 a 20 minutos de cada lado, podendo ser feita com sedação ou anestesia local.

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3. A ejaculação fica comprometida

Mito. A ejaculação não se altera até porque o maior volume vem das vesículas seminais e da próstata. A produção de testosterona também não é alterada com a cirurgia.

4. O organismo permanece produzindo espermatozoides

Verdade. Os espermatozoides continuam sendo produzidos normalmente, mas a cirurgia cria um bloqueio que os retém até se degenerarem no organismo.

A perda de libido não tem relação direta com a vasectomia
Foto: Gorodenkoff | Shutterstock / Portal EdiCase

5. Reduz o desejo sexual

Mito. A vasectomia não tem nenhuma relação com a perda da libido ou desempenho sexual. Apenas com a reprodução. De acordo com um estudo da Universidade de Frankfurt, os homens têm mais desejo sexual após a vasectomia. A pesquisa mostra que 12,4% dos entrevistados relataram ter relações sexuais melhores depois de realizaram o procedimento.

6. A vasectomia é o mesmo que a castração do homem

Mito. Na vasectomia é feito um corte pequeno na bolsa testicular e depois suturado com pontos que caem sozinhos.

7. Logo após o procedimento ainda pode acontecer da mulher engravidar

Verdade. Algumas semanas após o procedimento, ainda podem existir espermatozoides no líquido seminal, retidos no ducto deferente. Recomenda-se aguardar um período de, pelo menos, 25 a 30 ejaculações para que esses espermatozoides sejam totalmente eliminados do ducto.

8. A vasectomia causa câncer de próstata

Mito. Não há nenhuma comprovação científica que ligue a vasectomia a qualquer tipo de câncer, inclusive o de próstata.

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Por Poliana Bollini

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