8 mitos e verdades sobre menopausa precoce

Médica ensina como reconhecer o sinais, entender as causas e as opções de tratamento

27 nov 2024 - 12h01

A menopausa precoce, também conhecida como insuficiência ovariana prematura (IOP), afeta cerca de 1% das mulheres antes dos 40 anos. Ainda que se trate de uma condição menos comum, seus impactos podem ser significativos, especialmente pela queda antecipada na produção de estrogênio, hormônio essencial para várias funções no corpo feminino. Entre mitos e verdades que cercam o tema, a Dra. Débora Maranhão, do Hospital Santa Catarina - Paulista, discorre sobre 8 questões que precisam de mais esclarecimento para ajudar as mulheres a reconhecerem sinais, entenderem as causas e conhecerem as opções de tratamento disponíveis.

A menopausa precoce exige atenção e cuidado com a saúde feminina
A menopausa precoce exige atenção e cuidado com a saúde feminina
Foto: Naumova Marina | Shutterstock / Portal EdiCase

1. A menopausa precoce é a mesma coisa que a menopausa em idade típica

MITO. A menopausa precoce ocorre antes dos 40 anos, enquanto a menopausa em idade típica se dá por volta dos 50. "A principal diferença está no impacto sobre a saúde e a qualidade de vida: a perda de estrogênio acontece de forma mais precoce, o que pode intensificar sintomas como ondas de calor, secura vaginal, alterações de humor e riscos de longo prazo, como osteoporose e doenças cardiovasculares", esclarece a Dra. Débora Maranhão.

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2. A menopausa precoce pode ter ou não causas definidas 

VERDADE. Segundo a médica, "cerca de 90% dos casos de menopausa precoce não têm uma causa clara e são classificados como idiopáticos. No entanto, 10% têm origem genética ou estão associados a doenças autoimunes, tratamentos médicos agressivos, como quimioterapia e radioterapia, ou ainda à retirada cirúrgica dos ovários", explica a ginecologista.

3. Fatores genéticos não aumentam o risco de menopausa precoce

MITO. Embora a maioria dos casos de menopausa precoce não tenha uma causa identificada, cerca de 10% dos casos apresentam uma origem genética. Isso significa que o histórico familiar pode, sim, ser um fator de risco importante para a condição. A Dra. Débora Maranhão esclarece que, apesar de representar uma minoria dos casos, a predisposição genética é um fator relevante para algumas mulheres, especialmente aquelas com familiares que passaram pela menopausa precoce. Portanto, mulheres com esse histórico devem estar mais atentas aos sinais e sintomas da condição.

4. Ciclos menstruais irregulares e ausência de menstruação são sinais de menopausa precoce

VERDADE. Mulheres com menos de 40 anos que apresentam irregularidades no ciclo menstrual ou ficam três ou mais meses sem menstruar devem investigar a possibilidade de insuficiência ovariana. A Dra. Débora Maranhão explica que "esses sinais, somados a sintomas como secura vaginal, perda de libido e alterações de humor, são indicativos importantes para diagnóstico". Logo, é fundamental se atentar a esses sinais, pois podem ser os primeiros indicativos de menopausa precoce, e quanto mais cedo o diagnóstico, mais eficaz o tratamento.

5. Mulheres que passam por quimioterapia ou radioterapia não têm a menopausa atingida

MITO. Tratamentos como quimioterapia e radioterapia, especialmente quando direcionados à região pélvica, podem danificar os ovários e reduzir a produção de estrogênio, levando ao desencadeamento da menopausa precoce. A Dra. Débora Maranhão esclarece que, "nesses casos, a preservação da fertilidade antes do tratamento é uma preocupação importante". Isso significa que, embora esses tratamentos sejam necessários para o combate a doenças como o câncer, eles podem impactar diretamente a função ovariana e antecipar a menopausa.

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Mulheres diagnosticadas com menopausa precoce podem encontrar alternativas para preservar a fertilidade e manter a chance de engravidar
Foto: Ground Picture | Shutterstock / Portal EdiCase

6. É possível engravidar após o diagnóstico de menopausa precoce

VERDADE. Embora a menopausa precoce indique que a reserva ovariana está extremamente baixa, entre 5% e 10% das mulheres diagnosticadas ainda conseguem engravidar espontaneamente. A especialista explica que, para aquelas que desejam preservar a fertilidade, o congelamento de óvulos ou a busca por ovócitos doados são alternativas a serem consideradas antes do esgotamento completo da função ovariana.

7. Reposição hormonal é o único tratamento disponível para menopausa precoce

MITO. A reposição hormonal é o tratamento de primeira linha para aliviar os sintomas e prevenir complicações. No entanto, práticas como exercício físico, dieta balanceada e o uso de suplementos naturais, como maca peruana e isoflavonas, podem atuar como coadjuvantes no manejo da condição. "O acompanhamento médico regular é crucial para ajustar o tratamento conforme necessário; não é porque algo funcionou com uma paciente que irá servir para a outra, o tratamento deve ser individualizado", explica a médica.

8. A menopausa precoce aumenta o risco de doenças graves a longo prazo

VERDADE. A queda precoce de estrogênio tem um impacto significativo na saúde óssea e cardiovascular, aumentando o risco de osteoporose, fraturas e doenças cardíacas, como infartos e AVCs. A médica ressalta que, "além disso, pode causar atrofia vaginal, incontinência urinária e infecções urinárias recorrentes". Por isso, a médica enfatiza que "o tratamento precoce é fundamental para prevenir complicações e garantir uma melhor qualidade de vida a longo prazo".

A ginecologista Débora Maranhão explica que a menopausa precoce ainda "é cercada de mitos e desinformação, o que pode atrasar o diagnóstico e o início de tratamentos eficazes. Mulheres com sintomas suspeitos devem procurar orientação médica o quanto antes, especialmente para considerar opções de preservação da fertilidade e minimizar os impactos a longo prazo na saúde. A informação é a melhor ferramenta para enfrentar essa fase com qualidade de vida", conclui.

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Por Amanda Carvalho

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