Em recuperação de tratamento de câncer no intestino, Simony conversou com a apresentadora Patrícia Calderón do ‘Jornal da Manhã Entrevistas’, da Jovem Pan News Fortaleza.
A cantora, de 46 anos, revelou o impacto do diagnóstico em seu emocional. “Eu sempre fui ligada ao meu corpo. Pra mim, assim como para qualquer pessoa, descobrir um câncer foi como estar morrendo afogado num oceano”, disse.
Ainda que tenha sido tratada por uma equipe renomada em um hospital de excelência tecnológica, ela se abateu. “Por mais que a gente leia (sobre a doença), a gente tem medo de morrer, fica muito perto da morte, da finitude.”
Simony comentou o peso excessivo jogado nos ombros de quem parece forte o tempo todo. “A gente precisa desmistificar de que a mulher tem de ser superpoderosa. Quando temos uma doença dessa, a gente quer colo.”
No momento, ela se adapta à nova realidade. Não romantiza a cura. “Você tem de fazer exames a cada 3 meses. Tem alta só depois de 5 anos. Tem de se acostumar a viver essa vida pós-câncer, que não é igual. Muda tudo, muda pensamento, muda cabelo... Você muda por dentro e por fora”, afirma.
Mãe de 4 filhos, a artista acaba de lançar o e-book ‘Um Dia de Cada Vez’, com o relato da batalha contra o câncer e reflexões a respeito dessa experiência transformadora.
“Não faço mais planos a longo prazo. Não porque acho que vou morrer, não é isso. Acho importante viver o agora. A vida é isso, de repente, você não está mais aqui. O mais importante é você saber que não controla nada.”
Questionada por Patrícia Calderón em relação ao apoio de parentes e amigos ao longo do tratamento, Simony admitiu decepções.
“É um divisor de águas. Nesse momento, você vê quem realmente ama você, está do seu lado, quer o seu bem, sofre com você ou pelo menos tenta entender. As máscaras caem.”
Além de retomar a carreira, a cantora pretende usar a visibilidade na mídia para ajudar outros pacientes de câncer, especialmente aqueles que dependem do SUS (Sistema Único de Saúde).
“Quero me engajar na causa, usar minha voz que chega a muitos lugares, pra gente melhorar a área oncológica. A pessoa que tem câncer não pode esperar 1 dia a mais”, diz.
“A gente tem de bater na tecla da prevenção. As pessoas não vão ficar mais tão doentes se tiverem condições de fazer a prevenção. O governo gastaria menos.”