Abuso de telas: sinais de que seu filho passa muito tempo conectado

A Sociedade Brasileira de Pediatria alerta sobre os diferentes danos que o uso excessivo de telas pode causar em crianças e adolescentes

10 fev 2024 - 15h04

Hoje praticamente todos os pequenos sabem mexer em um celular, computador ou tablet. Isso porque, além de terem nascido em meio à era digital, as crianças e adolescentes são estimuladas, seja pela família ou amigos, a prenderem sua atenção em frente às telas. Porém, o que pode ser um alívio momentâneo para os responsáveis, pode trazer danos duradouros para os mais jovens.

Abuso de telas: sinais de que seu filho passa muito tempo conectado
Abuso de telas: sinais de que seu filho passa muito tempo conectado
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

A questão do uso de telas por crianças e adolescentes é tão latente que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) criou um manual de orientação sobre esses dispositivos. O documento deixa claro que os primeiros mil dias de vida são fundamentais para o desenvolvimento cerebral e mental de qualquer criança.

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"Nessa fase, diferentes partes do cérebro da criança estão amadurecendo, incluindo os circuitos sensoriais que incluem o toque, tato, aconchego, estímulos visuais, sons e olfatos. Por outro lado, a presença da mãe, pai ou família será vital e agirá de forma instintiva como fonte natural de estímulos e cuidados que não devem ser substituídos por telas e tecnologias", explica o médico ortopedista e cirurgião Dr. Leonardo Kurebayashi.

Quando o uso de telas é excessivo?

O manual da SBP também estimula um tempo máximo de uso diário dessas telas por crianças e adolescentes. Até os dois anos de idade, por exemplo, a instituição recomenda zero contato com dispositivos eletrônicos. A partir daí, o limite por dia cresce com o decorrer do tempo:

  • Nas crianças entre 2 e 5 anos, o limite de tempo é de 1h/dia.
  • Nas crianças entre 6 e 10 anos, 1 a 2 horas/dia.
  • Adolescentes entre 11 e 18 anos, 2 a 3 horas/dia. 

Ou seja, qualquer tempo à frente de telas superior ao definido pela SBP pode ser considerado como uso excessivo - o que traz diversos riscos ao desenvolvimento da criança e do adolescente, principalmente quando o indivíduo está nos primeiros anos de vida.

Riscos e sinais do abuso das telas

"A exposição precoce às telas está diretamente relacionada ao atraso no desenvolvimento da fala e linguagem, transtornos de sono, problemas de saúde mental, transtornos de déficit de atenção e hiperatividade, transtornos de alimentação entre inúmeros outros problemas", alerta Leonardo. 

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Em relação aos possíveis efeitos do abuso de telas, o médico menciona:

  1. Dependência digital;
  2. Problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão;
  3. Transtornos de déficit de atenção e hiperatividade;
  4. Transtornos do sono;
  5. Transtornos de alimentação: sobrepeso/obesidade e anorexia/bulimia;
  6. Sedentarismo;
  7. Transtornos da imagem corporal e autoestima;
  8. Problemas visuais, miopia e síndrome visual do computador;
  9. Problemas auditivos (como a perda auditiva induzida pelo ruído);
  10. Transtornos posturais e musculoesqueléticos.

Como distrair os pequenos sem recorrer às telas

O estímulo para usar esses dispositivos muitas vezes vem da própria família, que encontra nas telas uma forma de manter a criança ocupada. No entanto, existem outras formas de prender a atenção dos pequenos.

"Sempre ofereça alternativas para atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão responsável. Além disso, inclua na rotina da família momentos de desconexão e mais convivência familiar, inclusive com os pais e irmãos mais velhos permanecendo desconectados dos dispositivos móveis", aconselha o Dr. Kurebayashi. 

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