A dor no peito, semelhante a um aperto no coração, é um dos sintomas mais comuns relacionados às doenças cardiovasculares. Porém, o corpo pode dar outros sinais de que a saúde pode estar em risco, nem sempre identificados de forma rápida e que podem ser confundidos com outros problemas de saúde.
A cardiologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), Diane Ávila, conta que as doenças cardiovasculares ainda são a maior causa de morte entre homens e mulheres no mundo e, por isso, é essencial saber identificar os sinais que indicam esses quadros.
“Além da dor no peito, é comum que o paciente apresente dificuldades para respirar, palpitações e sensação de cansaço mesmo diante de pouco ou nenhum esforço. Mas também temos sintomas como a formação de edema nas pernas, nos tornozelos e no abdome e sudorese intensa, principalmente sob gatilhos emocionais, que o paciente não valoriza e atribui à ansiedade”, detalha Diane.
Mulheres precisam ficar atentas
A médica destaca que nas mulheres, ainda existem os sintomas prodrômicos, que podem surgir dias antes de um quadro grave de complicação do infarto agudo do miocárdio. Entre eles estão:
- Fadiga pós-exercício físico;
- Palpitações;
- Cansaço além do normal;
- Má digestão;
- Dificuldades para dormir.
A cardiologista explica que esses sintomas podem ser confundidos com manifestações de outras doenças ou problemas do dia a dia e acabam passando despercebidos. Já entre os pacientes diabéticos, dificuldade de cicatrização de feridas e mudanças na visão podem indicar, respectivamente, má circulação sanguínea e complicações vasculares.
“É muito importante que as pessoas conheçam o próprio corpo e percebam quando há algo fora do normal, mesmo que possa estar associado à rotina corrida, como a insônia e os roncos noturnos potencializados pela síndrome da apneia-hipopneia do sono e pela obesidade. Ao perceber esses sintomas, é importante buscar a orientação de um especialista para tratamento adequado e prevenção cardiovascular, principalmente quando já há histórico familiar”, acrescenta a profissional.
Avaliação apropriada
A avaliação de um cardiologista envolve uma consulta detalhada, em que o paciente relata o seu histórico de saúde e os sintomas, além de um exame físico adequado para avaliar se eles são de origem cardíaca.
De acordo com Fernanda Erthal, cardiologista do Bronstein, que faz parte da Dasa, essas avaliações são o ponto de partida para que o médico escolha exames apropriados para cada perfil de risco.
Entre eles podem estar a cintilografia de perfusão miocárdica, a ressonância magnética com estresse, o ecocardiograma com estresse, o MAPA e a angiotomografia das artérias coronárias.
“Com exames solicitados na hora certa conseguimos identificar condições ainda em seu estágio inicial e, consequentemente, com mais chances de sucesso no tratamento”, define a especialista.