É incomum, mas não é raro: estima-se que 1% a 3% da população brasileira sofra com alergia ao frio. O problema de saúde, que se manifesta com o surgimento de bolhas, vermelhidão e outras alterações na pele, costuma ser mais frequente no outono e no inverno, quando as temperaturas caem, tornando as estações ainda mais difíceis para quem sofre com a condição.
Com a chegada do outono e as primeiras frentes frias do ano de 2024, vale ficar atento para prevenir e tratar a condição. Há ainda a previsão de queda nas temperaturas no segundo semestre do ano após muito calor nos primeiros meses.
Uma nota técnica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) diz que há 55% de probabilidade da formação do La Niña a partir de julho. Provocada pelo resfriamento do Oceano Pacífico Tropical, a La Niña é o oposto do El Niño e deve refrescar grande parte do Brasil e do mundo.
O que é a alergia ao frio?
Também conhecida como urticária ao frio, essa condição se expressa quando a pele reage de forma alérgica. São casos em que o contato com o frio desencadeia uma resposta imunológica no organismo, por isso é descrita como urticária física.
Sintomas da alergia ao frio:
Os sintomas da alergia ao frio podem variar de acordo com a gravidade da doença. Confira os mais comuns:
- Sintomas em casos leves: erupção cutânea na área exposta ao frio, as urticárias; coceira intensa; vermelhidão ou inchaço; bolhas ou lesões.
- Sintomas em casos graves: dor de cabeça; fadiga; náuseas; dificuldade respiratória.
Fatores de risco e causas:
De acordo com o dermatologista, não há fatores de risco específicos conhecidos que tornam as pessoas mais ou menos suscetíveis à alergia ao frio. Mas ele pondera que a condição é mais comum em crianças e adultos jovens.
Diagnóstico e prevenção
Para evitar a doença, algumas medidas de proteção são recomendadas. Elas incluem manter o corpo aquecido com camadas de roupas; cobrir as partes expostas com acessórios como luvas, cachecóis e gorros; evitar exposição prolongada ao frio extremo; utilizar cremes ou loções hidratantes para ajudar a proteger a pele. Mas, se ainda assim os sintomas surgirem, procure um médico.
Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Lucas Miranda explica que o diagnóstico é baseado nos sintomas relatados pelo paciente, seu histórico médico e exame físico. Para confirmar a condição, o especialista também pode realizar testes específicos, a exemplo do teste do gelo.
Como tratar a alergia ao frio?
"O tratamento é individualizado e deve ser verificado junto a um dermatologista de confiança", frisa Miranda. O médico adianta que o atendimento pode incluir o uso de medicamentos, como anti-histamínicos, corticosteroides tópicos e, em casos mais graves, epinefrina.
"Além disso, medidas preventivas, como evitar exposição excessiva ao frio são importantes para controlar os sintomas", acrescenta.
Estilo de vida e dicas para lidar com a alergia ao frio
Outros cuidados para proteger a pele - válidos até para quem não sofre com alergia ao frio - são evitar banhos quentes e longos e usar protetor solar mesmo nos dias sem sol. A primeira medida visa conter o ressecamento da pele. Já a segunda é necessária porque os raios ultravioletas ainda podem afetar a pele mesmo nos dias dias cinzas.
No geral, a prevenção e os hábitos de cuidados com o corpo no inverno são úteis para toda a população. Se surgirem sintomas, procure atendimento profissional e especializado. Um médico poderá encaminhar o melhor tratamento e a forma de evitar novas ocorrências.