Alison Piu superou queimaduras na cabeça que escondia com boné e virou medalhista olímpico

Atleta sofreu acidente com óleo quente quando tinha 10 meses; segundo dermatologista, é possível reduzir cicatrizes, mas difícil eliminá-las

25 jul 2024 - 05h00
O atleta foi o primeiro campeão mundial de atletismo do Brasil em 2022
O atleta foi o primeiro campeão mundial de atletismo do Brasil em 2022
Foto: Wagner Carmo/CBAt

Até hoje, Alison dos Santos carrega na pele as marcas de um acidente doméstico que sofreu quando tinha apenas 10 meses de idade. O atleta foi vítima de uma panela de óleo quente, que ocasionou queimaduras em sua cabeça, ombros e braços.

No entanto, superior às cicatrizes, Alison carrega a medalha de bronze que conquistou em Tóquio 2020, o título de primeiro campeão mundial de atletismo do Brasil em 2022, e ainda é dono do ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, em 2019.

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Alison dos Santos com a medalha olímpica em Tóquio 2021
Foto: Wagner Carmo/CBAt

O medalhista olímpico, carinhosamente batizado pelo apelido de Piu na adolescência, é esperança de medalha para o Brasil nas modalidades de atletismo de 400m rasos e 400m com barreiras. 

Apesar de ter 24 anos, Piu não aparenta a idade por causa das cicatrizes deixadas pela queimadura ainda na infância, que ele escondia com bonés durante a adolescência. As mais evidentes são na parte superior da cabeça, o que fez perder parte dos cabelos, em parte da testa e do lado direito do rosto. 

Alison na Diamond League, em Paris
Foto: Wagner Carmo/CBAt

Tratamentos reduzem, mas não garantem eliminação de cicatrizes

Em entrevista ao Terra Você, o médico dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Lucas Miranda, explica que existem opções disponíveis para melhorar a aparência estética das cicatrizes resultantes de queimaduras.

De acordo com o dermatologista, o momento ideal para iniciar o tratamento depende da fase da cicatriz. Na fase aguda, os primeiros dias após a queimadura, a prioridade é a cicatrização da ferida, o uso de curativos apropriados e evitar infecção.

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“Na fase subaguda, após a epitelização completa (normalmente de 2 a 3 semanas), podem ser introduzidos tratamentos como placas de silicone e massagem. Na fase crônica, após 3 meses, tratamentos mais invasivos, como terapia a laser e injeções de corticoides, podem ser considerados”, diz o especialista.

O médico explica que cada tratamento tem seus riscos e possíveis complicações. A terapia a laser, por exemplo, pode causar hiper ou hipopigmentação, infecção e cicatrização inadequada se não for executada corretamente.

  • Na micropuntura, pode haver risco de infecção e dor durante o procedimento; 
  • A utilização de corticoides intralesionais pode gerar atrofia da pele, telangiectasias e hipopigmentação; 
  • O silicone em gel ou placas, pode causar irritação em alguns casos;
  • O tratamento com pressão pode ser desconfortável e requer uso prolongado e a cirurgia de revisão de cicatriz traz o risco de infecção, sangramento e formação de nova cicatriz.

“É importante estabelecer expectativas realistas com os pacientes e seus familiares. Embora os tratamentos possam melhorar significativamente a aparência das cicatrizes, é improvável que elas desapareçam completamente”, ressalta o profissional.

Além das intervenções médicas, algumas práticas podem ajudar a melhorar a aparência de queimaduras, como o hábito de manter a pele hidratada, que ajuda na elasticidade e aparência da cicatriz, fazer uso de protetor solar para evitar hiperpigmentação, massagear a cicatriz com óleos ou cremes para melhorar a circulação e flexibilidade e proteger a área da cicatriz para evitar traumas adicionais.

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Fonte: Redação Terra Você
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