Alopecia feminina: preciso me preocupar com a minha queda de cabelo?

Entenda o que é alopecia, os diferentes tipos de queda de cabelo e as formas de tratamento

17 jun 2022 - 13h24

Já se falou muito sobre alopecia internet afora - afinal, muitas mulheres lidam com essa condição diariamente. No entanto, mesmo com a popularidade do tema - quedas de cabelo são bastante comuns e podem acontecer por uma série de motivos - é importante entendermos o que, exatamente, define essa condição. 

Foto: Su Phrrs'a Can Thrta Wang / EyeEm/Getty Images / Boa Forma

AFINAL, O QUE É ALOPECIA? 

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A alopecia é um termo mais amplo que define todos os tipos de queda de cabelo. Basicamente, é um distúrbio causado por uma interrupção no ciclo de produção dos fios. 

"A perda de cabelo pode ocorrer em qualquer lugar do corpo, mas mais comumente afeta o couro cabeludo", explica a tricologista Sandra Perondi , diretora técnica Mais Cabello. "Em média, o couro cabeludo tem 100.000 cabelos que percorrem períodos de crescimento, descanso, queda e regeneração. Cerca de 50% das mulheres têm alguma queixa sobre queda capilar. Já entre os homens, é certo que 50% da população masculina até 50 anos sofra com algum tipo de alopecia."

O que é importante entender, nesse ponto, é que toda e qualquer situação de queda de cabelo pode ser chamada de alopecia, no entanto, é necessária a avaliação de um médico especialista, como um tricologista ou um dermatologista, para determinar exatamente os motivos que levam a essa queda. 

"Existem muitos tipos e formas de alopecia, cada um com seus próprios sintomas e diferentes graus de gravidade", explica a médica. "Alguns padrões de perda de cabelo são classificados de acordo com suas causas, podendo acometer de uma forma temporária 'não cicatricial', que é reversível, ou permanente, 'alopecia cicatricial' irreversível, que envolve inflamação que destrói os folículos pilosos."

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Nesse último caso, os folículos destruídos são substituídos por tecido cicatricial, resultando em uma perda permanente de cabelo na área - esse caso, porém, não é tão comum. 

TIPOS MAIS COMUNS DE ALOPECIA

Ainda assim, vale a pena listarmos aqui quais são, afinal, os tipos mais comuns de alopecia. 

Alopecia androgenética

"É o tipo mais comum de perda de cabelo, afetando milhões de pessoas no Brasil e no mundo, comumente conhecida como perda de cabelo de padrão masculino ou perda de cabelo padrão feminino. A alopecia androgenética é hereditária", diz. 

Eflúvio telógeno

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Uma das causas mais frequentes de queda de cabelo, esta condição geralmente é desencadeada por estágios de estresse, parto, ansiedade, depressão, luto ou algum tipo de doença - como o coronavírus. O que se observa é um tipo de perda de cabelo considerável, principalmente ao lavar os fios, penteá-los ou até nos ambientes em que a pessoa circula. Os cabelos se tornam mais ralos nas laterais, e na região frontal também.

Eflúvio anágeno

"Normalmente causado por medicamentos para tratamento do câncer, o eflúvio anágeno resulta em perda de cabelo irregular e, eventualmente, uma perda total de cabelo (geralmente, ele volta a crescer após o término do tratamento)", explica Sandra. 

Alopecia areata

É uma condição autoimune que faz com que o sistema imunológico do corpo ataque os folículos pilosos, levando a perda irregular. Essa condição pode afetar todas as idades e gêneros, e a perda de cabelo pode começar de repente e sem aviso prévio. Geralmente cai em pequenas placas, mais comumente no couro cabeludo, mas pode acometer outras partes do corpo. 

Tricotilomania

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"É a dermato-compulsão, ou seja, pessoas que arrancam o cabelo, e isso resulta em uma perda no couro cabeludo ou em outro lugar do corpo. O cabelo geralmente volta a crescer se o comportamento for interrompido, mas a perda de cabelo pode ser permanente se a tração continua por muitos anos", diz a médica. 

Alopecia por tração

É causada por penteados que puxam os cabelos de forma contínua e prolongada, e essa força excessiva remove os fios, podendo provocar danos ao folículo piloso. 

Alopecia fibrosante frontal

"Essa condição é caracterizada por alopecia cicatricial, ou seja, perda permanente irreversível, e ocorre em faixa, geralmente na linha anterior dos cabelos", explica. "Com o tempo, a pessoa começa a ter a sensação de que a testa está aumentando. Cerca de metade de todas as pessoas afetadas pela alopecia fibrosante frontal também experimentam uma perda de sobrancelha."

QUANDO SUSPEITAR DE ALOPECIA? 

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Pelos parágrafos acima, já é possível perceber que a alopecia é uma condição bastante comum e percebê-la não é tão difícil assim. O principal é observar a quantidade de cabelo que cai diariamente - existe uma média comum de 100 fios, mas acima disso já pode ser considerado motivo de preocupação. 

Em resumo, alguns dos principais sinais são: 

  • Cabelos caindo mais depressa, em maior quantidade, ou em tufos
  • Transparência na região bitemporal (nas laterais)
  • Surgimento de uma linha fina em recuo na parte frontal (a testa parece maior)
  • Fios mais finos e frágeis
  • Alargamento da divisão central

A partir daí, apenas a avaliação de um médico dermatologista ou tricologista pode definir o melhor tratamento, que pode passar por um microagulhamento associado à injeção de vitaminas no couro cabeludo, transplantes capilares, uso de medicamentos de uso tópico, administração de suplementos, medicamentos via oral e massagens. 

PRECISO TRATAR A ALOPECIA A VIDA TODA? 

Depende do tipo de alopecia. Casos como o eflúvio telógeno se resolvem sozinhos - ou seja, o cabelo volta a crescer depois da queda em excesso. "Mas o importante é saber que a eficácia de cada tratamento varia de pessoa para pessoa, sabendo que é possível uma reversão da perda de cabelo ou, pelo menos, retardá-la. Para retardar o processo ele deve ser tratado", diz a médica. 

Ainda assim, é importante ter em mente que algumas alopecias não têm cura. As possibilidades, nesses casos, se limitam a controlar a condição a retardar a sua ação - além de adotar bons hábitos para manter o corpo (e a mente!) saudáveis. Por isso, essa condição funciona como uma corrida quanto o relógio - quanto antes a paciente começar o tratamento, maiores as chances de resposta. 

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