A estimativa de vida do humano cresceu com o tempo. Por outro lado, a espécie não evoluiu a ponto de tornar os indivíduos isentos de doenças crônicas. Para estudiosos no assunto, não é coincidência o fato de que tais condições não existiam ou ao menos não eram conhecidas nas sociedades ancestrais, enquanto no mundo moderno, com o modo de vida mais distante da natureza, elas são predominantes.
Diante de tal análise, eles sugerem uma solução simples: regressar às origens. Quem explica é Marcos Vázquez, escritor e criador do blog "Fitness Revolucionário", em matéria do jornal El País.
"A maioria das doenças crônicas modernas, quer estejamos falando de diabetes, obesidade, vários tipos de câncer, problemas cardiovasculares ou transtornos mentais, têm a ver com o fato de termos reduzido ou eliminado estímulos aos quais nossos genes estão muito bem adaptados", argumentou o escritor em texto traduzido pelo jornal O Globo. A esse conflito entre a biologia e o ambiente atual ele deu o nome de “saúde selvagem”.
Os estímulos em questão seriam a ingestão de alimentos naturais, a prática de atividades físicas, fortes ligações sociais e a exposição aos elementos da natureza. No mundo moderno, o que está em evidência é o oposto: alimentação com ultraprocessados, sedentarismo, trocas superficiais nas conexões online e muita exposição à luz artificial.
Assim, a sugestão de Vázquez é se expor às características do ambiente em que nossos ancestrais viveram cerca de 20 mil anos atrás, no final do período Paleolítico. De acordo com a publicação, a ideia é se mover, comer e se expor ao sol, frio e calor como eles. Ideia essa que é apoiada por movimentos como a "dieta paleo", o paleotraining, e o "earthing", nome dado à prática de andar descalço.
O que é paleotreinamento?
Para entender, é preciso primeiro diferenciar a prática de qualquer exercício feito com aparelhos em uma academia, afinal eles não existiam na era Paleolítica. É um treino com 150 exercícios inspirados nos movimentos dos homens da idade da pedra. O fundador do método, Airam Fernández, defende que "esses movimentos são os que ninguém tem que nos ensinar".
"Pular, andar, rastejar. São ações que fazem parte da nossa herança neuromotora. Evoluímos tantos milhões de anos com estes gestos que já nascemos com estes padrões de movimento aprendidos. Eles têm muito mais benefícios porque aproveitam a nossa genética e incorporam todo o corpo, não apenas um grupo de músculos. Praticar movimentos naturais ajuda a desenvolver força, resistência e coordenação de forma mais eficiente", esclareceu. As ferramentas são troncos, pedras, cordas e outros objetos, além do próprio peso do corpo.
E a dieta paleo?
Trata-se de uma alimentação baseada em raízes, frutas, ovos, sementes e carnes, que se distancia das ofertas ultraprocessadas presentes nas prateleiras dos mercados atualmente.