A ansiedade é um sentimento que aflige muitas pessoas, inclusive crianças. Em diversos momentos, pode ser considerada normal, especialmente na infância, que é cheia de desafios e aprendizagens. O problema é quando se torna disfuncional e impede os pequenos de realizar ações simples, como ir à escola.
Segundo Mara Duarte, neuropedagoga, psicopedagoga, psicomotricista, e diretora do Grupo Rhema Neuroeducação, cerca de 20% das crianças apresentam ou apresentarão algum traço de ansiedade.
Para saber se a ansiedade passou de normal para disfuncional, se tornando um transtorno, é necessário perceber se está ocorrendo prejuízo na vida da criança. Ou seja, ela deixa de realizar até mesmo atividades típicas da idade dela.
“Observe se não tem amigos, apresenta o tempo todo pensamentos que giram em torno de algum tipo de perigo ou ameaça e, fisicamente, pode ter sintomas como náuseas e transpiração”, alerta.
Tipos de transtorno de ansiedade
Mara explica que existem cinco tipos de transtorno de ansiedade.
“Um deles é o de separação, quando a criança não quer ir à escola, tem medo de que algo aconteça com os pais, não come e queixa-se de sintomas físicos antes e durante quando há esse possível distanciamento. Outro é o social, que ocorre quando a criança precisa fazer apresentações em público, falar ao telefone ou ir a eventos sociais, por exemplo”, destaca.
As fobias específicas são outro tipo de transtorno de ansiedade, e podem acontecer em certas situações, como viajar de avião, entrar em lugares escuros ou quando há a necessidade de tomar injeção.
“O problema também pode se manifestar de forma generalizado, que é quando a criança se preocupa demais com o desempenho escolar, com segurança ou com catástrofes mundiais, entre outros casos. Além desses, existe o transtorno do pânico, que inclui muitos sintomas físicos, como tontura, coração disparado e falta de ar”, revela.
Para ajudar uma criança que está sofrendo com ansiedade além do normal, Mara aconselha manter a calma e buscar formas de estimulá-la a pensar diferente sobre o que provoca o gatilho.
“É possível, por exemplo, usar técnicas de relaxamento e pensamento realista, dizendo para respirar fundo e usar frases como ‘Estou seguro, está tudo bem”. Também fale para que ela nomeie seus sentimentos e diga que a compreende por estar com medo, mas que vai ajudar e vai ficar tudo bem”, conclui.
O que fazer?
Confira outras orientações da neuropedagoga para colocar em prática estratégias que auxiliem as crianças que estejam sofrendo com o problema:
• Não repreenda. Procure compreender e auxiliar.
• Ajude a criança a exercitar sua confiança, tirando-a de sua zona de conforto de vez em quando para que perceba que está tudo bem quando isso acontece.
• Seja flexível quando for necessário realizar algumas mudanças na rotina. Aja com naturalidade para que a criança entenda que não há problema e o imite.
• Elogie pequenas tarefas.
• Observe o temperamento e a reação das crianças para poder formular estratégias mais assertivas.
• Converse com pais e outros profissionais da educação para saber como colocar determinadas ações em prática.
• Busque ajuda profissional se a ansiedade além do normal persistir.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.