A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta terça-feira, 21, que autorizou a realização de testes em humanos de mais duas vacinas contra o novo coronavírus. O estudo prevê a participação de 29 mil voluntários, sendo que mil deles serão brasileiros de São Paulo e Bahia. O recrutamento será feito pelos centros que conduzem a pesquisa.
Segundo a Anvisa, os imunizantes estão sendo desenvolvidos pelas empresas BioNTech e Pfizer e têm como base o ácido ribonucleico, o RNA, que vai codificar um agente específico contra o Sars-Cov-2. A molécula "é traduzida pelo organismo humano em proteínas que irão, então, induzir uma resposta imunológica", diz o órgão.
A agência sanitária destaca que o ensaio clínico será randomizado, controlado por placebo e cego para o observador, ou seja, parte dos voluntários receberá a vacina a ser avaliada, outra parte receberá apenas placebo e somente os pesquisadores vão saber qual grupo está testando a vacina de verdade. O objetivo é averiguar, entre outros aspectos, a segurança e eficácia dos imunizantes em adultos.
Esse é o terceiro estudo que tem a aprovação da Anvisa para testar possíveis vacinas contra a covid-19 no Brasil. O primeiro foi o ensaio clínico do produto desenvolvido pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, que se mostrou seguro e induziu boa resposta imune. O segundo foi o imunizante desenvolvido pela empresa chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantã. Nesta terça-feira, a primeira voluntária recebeu a vacina no Hospital das Clínicas de são Paulo. Segundo ela, foi uma "injeção de ânimo".
Para aprovar as duas novas pesquisas, a Anvisa disse que levou em consideração "dados das etapas anteriores de desenvolvimento dos produtos, incluindo estudos não clínicos in vitro (em células) e em animais". A agência também analisou dados preliminares de estudos clínicos em andamento. Para o órgão, "os resultados obtidos até o momento demonstraram um perfil de segurança aceitável das vacinas candidatas".