Especialistas explicam como o corpo e a mente da mulher reagem ao luto gestacional
A apresentadora Sabrina Sato emocionou seus seguidores ao compartilhar nas redes sociais que, mesmo após sofrer um aborto espontâneo, ainda está produzindo leite. A experiência, que é mais comum do que se imagina, trouxe à tona um tema sensível e muitas vezes pouco discutido: como o corpo feminino reage ao luto gestacional.
A consultora internacional de aleitamento materno e fonoaudióloga materno-infantil Dra. Eliza Carvalho explica que a produção de leite após a perda de um bebê é uma resposta fisiológica natural do organismo. "Durante a gravidez, o corpo da mulher se prepara para amamentar. O aumento dos hormônios, como a prolactina, estimula as glândulas mamárias a produzir leite. Mesmo após um aborto, especialmente em gestações avançadas, esse processo pode continuar. Porque o organismo ainda não recebeu sinais suficientes para interromper a produção", detalha a especialista.
Como lidar com a produção de leite após o aborto espontâneo?
Dra. Eliza afirma que, além do impacto físico, essa condição também pode intensificar o sofrimento emocional da mulher. "Ver o leite sendo produzido, por exemplo, muitas vezes se torna um gatilho doloroso para o luto. Por isso, nesse momento delicado, o acolhimento emocional e o suporte profissional se mostram essenciais para ajudá-la a lidar com a situação de forma mais saudável e menos traumática", ressalta.
Sobre o manejo do leite, a especialista orienta:
- Compressas frias: "Aplicar compressas geladas nos seios ajuda a aliviar o desconforto e a reduzir a produção de leite."
- Evitar estímulos: "Evitar a manipulação dos seios ou o uso de bombinhas é importante para que o corpo entenda que não há necessidade de continuar produzindo leite."
- Uso de medicamentos, quando necessário: "Em casos extremos, o médico pode prescrever medicamentos para inibir a produção de leite, mas isso deve ser feito com cautela."