SOROCABA - Um contêiner frigorífico foi usado pela primeira vez para a conservação de corpos de vítimas do coronavírus no interior de São Paulo. A 'inauguração' desse recurso extremo no interior paulista aconteceu na segunda-feira, 27, em Bauru. Até então, o emprego de contêiner como câmera fria para conservar vítimas do vírus vinha acontecendo em capitais com explosão de casos, como Manaus (AM).
O corpo de um homem de 27 anos, que morreu com sintomas do coronavírus, foi colocado de madrugada no contêiner instalado no cemitério municipal Cristo Rei para esperar pelo sepultamento, realizado na manhã de segunda. O paciente morreu depois de ser atendido no Posto Avançado Covid-19, montado para atender pacientes com suspeita de infecção pelo vírus. Ele veio a óbito horas depois de dar entrada com sintomas da doença.
A causa da morte foi registrada como síndrome respiratória aguda grave, com suspeita de infecção pelo novo coronavírus. Conforme a Prefeitura, o corpo precisou ser conservado no contêiner porque não há sepultamentos à noite. A medida atende às recomendações do Ministério da Saúde, no contexto da covid-19, mas ainda não tinha sido adotada no interior paulista.
O equipamento, doado pela Receita Federal, foi instalado no último dia 10 no hospital municipal. A administração do cemitério já ampliou o espaço reservado aos enterros assistenciais para receber os corpos com o vírus.
A lotação dos hospitais, outro indicador de que a pandemia já cresce mais no interior, preocupa as prefeituras. Em Araraquara, na quarta-feira, 29, os leitos de tratamento intensivo (UTI) da Santa Casa e do Hospital Estadual estavam lotados. A cidade tinha 73 casos de coronavírus, além de três óbitos, mas recebe pacientes de cidades vizinhas. A prefeitura espera o credenciamento de mais 20 leitos de UTI nos dois hospitais. Na Baixada Santista, os leitos de UTI dos hospitais que atendem os nove municípios da região estavam com 80% nesta quarta.