Uma bebê de 8 meses morreu no Distrito Federal devido a dengue e Covid-19. A mãe de Helena, Gabriela Alves Martins de Oliveira, relatou que procurou atendimento médico na rede pública pelo menos quatro vezes antes do óbito, mas a criança não foi internada. A informação é do site Metrópoles.
Após sintomas de febre e vômito no domingo (25), foram feitos testes no Hospital de Planaltina, mas não foi considerada a possibilidade de Covid-19 e a bebê foi liberada. "Ela teve um episódio de vômito, mas como não tinha mais febre, [o hospital] me mandou embora para casa. Não me falou nada de Covid", contou ao site.
No dia seguinte, segunda-feira (26), Helena foi levada à Unidade Básica de Saúde (UBS). Os profissionais do local orientaram a fazer o exame de hemograma, para contar as plaquetas.
A mãe contou que ficou "desesperada" e decidiu procurar o Hospital Regional de Sobradinho, no mesmo dia. Ela esperou por sete horas para ser atendida. "No Hospital de Sobradinho, colocaram pulseira laranja nela e fiquei sete horas esperando por atendimento. A médica falou que não era nada, fez hemograma, colocou um acesso nela, deu soro. Aí a doutora falou: 'Não vou manter ela aqui porque está sem febre, está urinando, então a gente entende que não tem nada'", disse Gabriela.
Na terça-feira (27), Gabriela levou a filha à UBS durante o dia. Além disso, a mãe comprou dipirona, paracetamol e soro para dar em casa.
Porém, à noite, a menina piorou e vomitou seis vezes. Segundo a mãe, a criança, apesar dos vômitos, sentia "uma sede louca". "Ela vomitou seis vezes à noite, porém, tomava leite e água. Ela sentiu uma sede louca, muita sede. Ela vomitava e mamava. Mas não deu febre", afirmou.
A criança faleceu nos braços da mãe na manhã seguinte, na quarta-feira (28). "Quando foi de manhã, tudo aconteceu. Ela já estava bem molinha. Fui dar um banho e as extremidades dela estavam frias, tentei dar leite e ela já não quis. Ela morreu nos meus braços, não teve jeito. Chegou no hospital já morta", relatou.
"Colocaram oxímetro nela, mas já não estava respondendo. No Hospital de Planaltina tive todo amparo, ficaram uma hora tentando reanimar ela. Se houve erro, foi no Hospital de Sobradinho. Ninguém pediu exame de Covid. Só depois que ela foi a óbito. Por isso é que demorou 24 horas para liberar o corpo da minha filha, o que foi muito ruim", contou a mãe.
O corpo da bebê foi sepultado no Cemitério de Planaltina. A mãe, após a perda, expressou sua preocupação com a falta de atendimento adequado e deseja alertar outras mães sobre a importância do cuidado médico. "Venho fazer esse relato e essa denúncia, pois minha filha faleceu por não ter tido o atendimento adequado em Sobradinho. Ela deveria ter sido internada e foi mandada para casa", lamentou.
* Sob supervisão de Lilian Coelho