Não é a toa que dizem que a risada é um remédio natural. De acordo com profissionais, dar boas gargalhadas desencadeia uma série de reações positivas no nosso organismo, e quem sai ganhando nisso tudo é a nossa saúde, tanto mental quanto física!
A Boa Forma te conta os principais benefícios dessa prática tão simples e prazerosa que, muitas vezes, é esquecida em meio à correria do dia a dia. Saiba mais a seguir:
"O ato de sorrir e rir em contato com o outro ajuda a quebrar uma barreira comunicacional, aproxima as pessoas, e contribui para um clima de convivência mais leve e harmonioso. Também ajuda a encarar a vida de modo mais leve, perceber mais objetivamente os acontecimentos e elencar estratégias de enfrentamento mais assertivas", destaca a Eliana Santos de Farias, coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário Braz Cubas.
QUAIS HORMÔNIOS SÃO LIBERADOS QUANDO RIMOS?
Segundo o Dr. Felipe Mendes, neurocirurgião membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, um dos hormônios liberados é a endorfina, que é conhecida como o hormônio da felicidade. "Ela é responsável por promover sensação de prazer e bem-estar, atuando também como analgésico natural", conta ele.
A dopamina é outro neurotransmissor envolvido no ato de rir, e ela desempenha um papel fundamental na motivação e no prazer. "A liberação de dopamina durante a risada garante uma sensação de recompensa e de contentamento", diz o profissional.
Além disso, não podemos esquecer que a serotonina, importante para o bem-estar, memória, humor, alimentação, sono, também é estimulada pelas gargalhadas, assim como a ocitocina.
"Conhecida como o hormônio do amor e da conexão, a ocitocina é estimulada durante interações sociais positivas, como o risco compartilhado", informa o médico.
Ainda durante a risada, nosso corpo reduz os níveis de cortisol e de adrenalina, contribuindo para o combate ao estresse.
BENEFÍCIOS DA RISADA PARA A SAÚDE
Combate a depressão e o estresse
Como conta Eliana, já foi comprovado que, quando rimos com frequência, reduzimos a produção de neurotransmissores como o cortisol, que é relacionado ao medo e ao estresse, e a adrenalina, responsável pelo aumento da frequência cardíaca. E, consequentemente, com menores níveis dessas substâncias, temos o alívio da tensão e da ansiedade.
"Esses dois hormônios são gerados naturalmente pelo nosso corpo para que estejamos em estado de alerta, atentos aos acontecimentos cotidianos, e, em excesso, eles podem desencadear estados de estresse e ansiedade patológicos, com sintomas e prejuízos físicos e emocionais", explica a psicóloga.
Ao rirmos, também há uma melhora na circulação sanguínea e no relaxamento dos músculos, o que pode trazer um efeito positivo no estado mental, aliviando sintomas depressivos.
"Gargalhar pode proporcionar uma perspectiva mais positiva da vida e oferecer uma distração temporária dos problemas, permitindo que as pessoas enfrentem situações estressantes com uma atitude mais leve e otimista", pontua o neurocirurgião.
Fortalece o sistema imunológico
"Quando rimos, há uma ativação do sistema imunológico, pois a prática desencadeia a liberação de neuropeptídeos que ajudam no combate ao estresse e às doenças. Esse estímulo pode aumentar a produção de células de defesa e anticorpos", explica o Dr. Felipe.
Ajuda a cuidar da saúde do coração
Durante uma boa risada, inicialmente, pode ocorrer o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, mas, depois de um tempo, esses dois parâmetros diminuem, ocasionando um estado de relaxamento. "Esse processo favorece a melhora da circulação sanguínea e pode reduzir a inflamação nas artérias, diminuindo o risco de doenças como ataques cardíacos e derrames cerebrais", fala Mendes.
A coordenadora complementa que esse benefício também é possível graças ao aumento da endorfina, que tem ação relaxante, e à redução dos hormônios ligados ao estresse ( adrenalina e cortisol).
Diminui a percepção da dor
Além de promover a sensação de bem-estar e euforia, a endorfina, liberada durante a risada, tem propriedades analgésicas naturais que podem aliviar a percepção da dor. " Também por meio da risada se consegue reduzir o estresse e garantir um maior relaxamento muscular, que pode ser uma maneira de diminuir a tensão e a dor, especialmente em condições como dor muscular crônica ou espasmos", enfatiza o neurocirurgião.
A Dra. Jéssica Martani, psiquiatra, acrescenta que, durante a risada, nós acabamos focando a nossa atenção para outro lado, nos divertindo, e, dessa forma, "esquecemos" um pouco do incômodo.
No entanto, é indispensável lembrar que as risadas não substituem tratamentos médicos para condições de dores crônicas ou agudas. Por essa razão, sempre busque um profissional de saúde para obter um diagnóstico adequado.
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"Sorrir, algo tão simples e singelo, faz com que nossa fisiologia do corpo mude para que a gente tenha mais saúde física e mental. Sorrir nos faz bem, nos traz bem-estar, e vale muito a pena sorrirmos cada vez mais", conclui Juliane de Paula, psiquiatra.