O Brasil retomou nesta terça-feira, 12, a certificação de país livre do sarampo, rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), que havia sido perdida em 2019 devido a surtos e baixa cobertura vacinal. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) formalizou o reconhecimento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à ministra da Saúde, Nísia Trindade, em evento em Brasília.
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O País conquistou o certificado ao completar dois anos sem registro de transmissão interna do vírus e ao atingir índices de vacinação considerados suficientes para evitar novos surtos.
Desde 2022, o Brasil não registra casos autóctones de sarampo. Todos os diagnósticos foram de pessoas infectadas fora do País, com o último caso importado confirmado no Amapá em junho daquele ano.
A partir desse marco, o Ministério da Saúde implementou estratégias amplas de vacinação, especialmente em escolas, e intensificou ações de monitoramento e vigilância epidemiológica, visando conter o avanço da doença e garantir proteção à população.
Esse avanço foi decisivo para a OPAS restabelecer o certificado, que já havia sido concedido ao Brasil em 2016. Na época, o País permaneceu dois anos sem transmissão local do sarampo, mas novos surtos surgiram em 2018, resultando em cerca de 21 mil casos no ano seguinte. A circulação do vírus se intensificou até 2020, com aproximadamente 40 mil casos registrados entre 2018 e 2020, levando o Brasil a perder a certificação.
Durante o evento em Brasília, o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, destacou a importância da vigilância epidemiológica e da vacinação contínua para evitar novos surtos, especialmente com o sarampo ainda circulando em regiões da Europa e da Ásia.
A vacinação é gratuita e faz parte do calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que inclui duas doses para crianças a partir de 12 meses e uma dose para adultos entre 30 e 59 anos que ainda não tenham sido vacinados.
O que é o sarampo?
O sarampo é uma doença infecciosa causada pelo vírus Morbillivirus e altamente contagiosa, transmitida por meio de gotículas respiratórias no ar.
Ele afeta principalmente crianças, mas também pode ocorrer em adultos, principalmente se não estiverem vacinados.
Sintomas e complicações
Os primeiros sinais incluem febre alta, tosse, coriza, olhos avermelhados, além do aparecimento de manchas vermelhas que se espalham pelo corpo entre 3 e 5 dias.
Complicações são comuns e podem ser graves, como pneumonia, otite, encefalite (infecção no cérebro) e até óbito, principalmente em pessoas com imunidade baixa.
Prevenção e vacinação
A principal forma de prevenção é a vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola.
De acordo com o calendário do Programa Nacional de Imunizações, a primeira dose deve ser aplicada aos 12 meses de idade e uma segunda aos 15 meses, podendo ser estendida a adultos jovens que ainda não foram imunizados.
As campanhas de vacinação intensificadas nos últimos anos foram essenciais para evitar a reintrodução do vírus no País.