O número de casos confirmados de covid-19 no Brasil saiu de 12.056 para 13.717, conforme os dados oficiais desta terça-feira (7). Foram 1.661 novos casos notificados nas últimas 24 horas. As mortes provocadas pelo novo coronavírus chegaram a 667. Até segunda-feira, 553 vidas haviam sido vidas perdidas.
Há pessoas infectadas em todos os estados brasileiros. Só Tocantins não registrou morte por covid-19 até este momento. Com base na comparação entre infecções e mortes, o índice de letalidade do vírus está em 4,9%. O balanço foi divulgado pelo Ministério da Saúde na tarde desta terça, com totais atualizados até 14 horas.
Apesar dos números em ascensão, o total de pessoas infectadas no País é ainda maior. O País enfrenta problemas de oferta de testes que comprovam a contaminação pelo vírus mesmo para os casos considerados suspeitos, e o governo reconhece a subnotificação.
Na entrevista coletiva realizada nesta terça, o ministério deve detalhar a estratégia de transição do isolamento social amplo para o isolamento social seletivo. No último boletim epidemiológico da pasta, divulgado na segunda, a medida foi inserida como recomendação para regiões que não comprometeram mais da metade da capacidade de atendimento.
O ministério passou a defender que cidades com diferentes situações de epidemia devem ter estratégias diferentes para o enfrentamento. Mesmo assim, tem reiterado que o isolamento social é a única medida disponível para que o total de infecções não cresça de maneira descontrolada e leve o sistema de saúde a um colapso.
Embora o risco de complicações pela doença seja maior entre os mais velhos, o Brasil já registrou morte de adolescentes pela covid-19. A Secretaria da Saúde de Pernambuco confirmou na segunda-feira, 6, a morte de um adolescente de 15 anos pelo novo coronavírus. O jovem é a vítima mais nova registrada no Estado, que na análise do governo caminha para a fase de "aceleração descontrolada" da doença.
Já em São Paulo, Estado mais afetado pela doença até agora, boletim divulgado na segunda, 6, no site da Secretaria Estadual de Saúde indica que, do total de mortes, duas foram de pessoas entre 10 e 19 anos de idade, sendo que uma delas não tinha nenhum fator de risco associado.
Tensão
A decisão sobre como enfrentar o avanço da doença no País gerou desgastes entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Enquanto Mandetta defende medidas de isolamento social, Bolsonaro já incentivou manifestações, passeou por Brasília e fala em favor da reabertura do comércio.
Em meio à tensão e a desentendimentos públicos, ficou posta em dúvida a permanência de Mandetta no cargo. No domingo, Bolsonaro disse, sem mencionar o subordinado, que "algo subiu na cabeça" de pessoas de seu governo, mas que a "hora deles vai chegar".
Sob "fritura" e depois de ter as gavetas limpas, Mandetta anunciou na noite de ontem que permanece no cargo, e reiterou que "médico não abandona paciente." Sem citar diretamente Bolsonaro, ele reclamou de críticas que, em sua visão criam dificuldade para seu trabalho à frente da pasta.