Prestes a ser internada novamente, Carolina Arruda, 27, brasileira portadora da neuralgia do trigêmeo, condição conhecida como “a pior dor do mundo”, não descartou as chances de dar continuidade ao procedimento de eutanásia na Suíça. Recurso é um dos tipos de morte assistida e é considerado crime no Brasil.
A jovem sofre há mais de 10 anos com a doença e viralizou na internet após abrir uma vaquinha online pedindo ajuda para realizar o procedimento. Com a repercussão, o médico especialista em dor e diretor clínico da unidade hospitalar da Santa Casa de Alfenas, no Sul de Minas Gerais, Carlos Marcelo, se ofereceu para ajudá-la sem nenhum custo.
Após ter concluído a primeira parte do tratamento e ter retornado para casa de familiares nesta semana, Carolina será internada de novo nesta sexta-feira (26) para dar continuidade aos procedimentos relacionados ao seu diagnostico.
Em entrevista ao Terra Você, ela conta que caso o tratamento e as cirurgias previstas não melhorem as suas dores, ela vai dar continuidade ao procedimento de eutanásia no exterior, como já havia afirmado anteriormente.
“Primeiro eu acho que eu tenho que tentar esse tratamento, que é um tratamento inovador, é o que tem de mais moderno no mundo em relação à dor crônica, então eu acredito que eu preciso tentar primeiro esse tratamento novo”, explica Carolina.
Em suas redes sociais, a estudante de Medicina Veterinária recebeu o apoio de seguidores que doaram para sua vaquinha, que até hoje arrecadou mais de R$ 137 mil. Por outro lado, internautas questionam o que Carolina vai fazer com o valor arrecadado e até mesmo criticam a decisão dela de tentar sobreviver sem dores.
“Algumas pessoas estão chocadas por eu ter tentado, estão revoltadas com o fato de eu ter tentado novamente mais um tratamento antes da eutanasia. As pessoas que apoiam são em maior quantidade, mas existem pessoas que estão revoltadas, e elas não devem representar nem 1% das que doaram. As pessoas que doaram estão preocupadas em me ver bem, na minha busca pela paz, seja ela viva ou morta. E as pessoas que estão revoltadas querem me ver fazendo eutanásia”, revelou Carolina.
A repercussão do caso de Carolina também rendeu a fundação da Associação Neuralgia do Trigêmeo Brasil. Com o objetivo de apoiar e melhorar a vida de quem enfrenta a neuralgia do trigêmeo. O espaço oferece suporte jurídico e psicológico, além de criar uma comunidade de apoio para pacientes e familiares.
“Ela só está crescendo. A gente já vai conseguir ajudar bastante pessoas, inclusive, já conseguimos marcar duas consultas médicas e um advogado para membros da associação. E a ideia é levar isso para muito mais gente, quanto mais pessoas a gente puder, a gente vai ajudar”, celebra a jovem.