Com dores no estômago que nunca passavam, um homem decidiu ir a um hospital entender o que estava acontecendo com seu corpo. Para ele, só podia ser uma prisão de ventre ou, no pior dos casos, cálculos biliares. Na primeira consulta, o médico prescreveu laxantes e o mandou para casa. Depois de muitas crises e sem sinal de melhora, o susto: o paciente, na verdade, está com um câncer terminal no intestino e só tem alguns meses de vida. Poderia ser um filme, mas é a história do inglês Kev Coles, de 46 anos.
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O caso foi contado pela família ao tabloide britânico Daily Mirror na última quarta-feira, 12. Sua vida mudou em agosto de 2024, quando Kev passou a sentir um desconforto em sua barriga. Apesar da dor forte e persistente, ele jamais considerou a possibilidade de uma doença gravíssima.
A confiança era tanta na melhora que o britânico sequer pensou em ir ao hospital investigar as causas da dor. Até que sua esposa, Kayleigh Coles, de 36 anos, o venceu pela persistência. Preocupada com o marido, ela insistiu que ele tentasse ir a uma consulta em Stoke-on-Trent, a cidade onde moram, a 219 km de Londres.
Nas primeiras tentativas, os médicos que atenderam Kev prescreveram apenas laxantes e prometeram que as dores passariam, o que não aconteceu. De acordo com a esposa em depoimento ao Daily Mirror, o britânico foi ficando cada vez pior, a ponto de apresentar sinais de icterícia na pele.
Um episódio específico assustou Kayleigh, que resolveu levar o marido mais uma vez ao hospital. "Ele começou a suar como se alguém estivesse o jogando água e, quando olhou para mim, percebi que tinha ficado completamente amarelo. Então ele simplesmente vomitou", relembra.
Descoberta tarde demais
Cerca de um mês depois, em setembro de 2024, a família recebeu a 'bomba': Kev Coles foi diagnosticado com um câncer de intestino em estágio quatro, o mais grave.
A descoberta veio através de alguns exames feitos pelo britânico, que identificaram um tumor de cerca de nove centímetros. A essa altura, o câncer também já estava em metástase para o fígado, justamente a causa de sua pele amarelada.
Com o diagnóstico, Kev iniciou a quimioterapia em outubro, mas acabou sofrendo uma insuficiência hepática e recebeu a previsão de que só teria alguns meses de vida.
Para Kayleigh, mãe dos sete filhos de Kev, a notícia foi um susto enorme. "Foi um choque para todos. Não parece real na maioria das vezes. Como você consegue entender algo que acontece tão rápido", desabafou.
A esposa do britânico explicou: "Ele não tinha nenhum dos outros sintomas. O câncer de intestino em si era assintomático, só notamos quando ele se espalhou para o fígado. Ele nunca teve sangue nas fezes como nos comerciais de TV."
Atualmente, o homem de 46 anos está sob cuidados paliativos em casa. Desde a descoberta, Kev já perdeu cerca de 35 kg e grande parte de sua capacidade de locomoção.
"Há apenas cinco meses, estávamos de férias nos jogando água no mar, agora ele não consegue ficar de pé sem ajuda. A vida tem sido extremamente difícil. Estou apenas me certificando de ter o máximo de segundos possível com ele", lamentou Kayleigh.
Para a esposa de Kev, o descaso dos médicos com o caso fizeram com que o diagnóstico fosse dado 'tarde demais'.
"É tão perturbador que ele tenha sido mandado embora inúmeras vezes com laxantes (...) Tem sido um turbilhão desde o diagnóstico. É uma pena que não tenha sido descoberto antes. Deveria ter sido levado mais a sério quando ele chegou com dor de estômago. Foi um erro bobo, e mortal", argumentou.
A britânica ainda deixou um alerta: "Agora é incurável. Não há nada que possa ser feito para salvá-lo. Estou tendo que perder meu melhor amigo porque as pessoas não o ouviram. É preciso haver mais conscientização. Se você tem dor de estômago, por favor, faça um check-up."