Vencedor da 15ª edição do "Big Brother Brasil", em 2015, o advogado e economista Cezar Lima revelou que teve compulsão alimentar, em meio a uma série de problemas de saúde. O distúrbio fez ele engordar mais de 40 kg.
"Tive apneia, um lipoma (tipo de tumor benigno) na minha nuca. Mas o estopim mesmo foi quando tive uma crise grande de refluxo. Comi tanto que precisei dormir sentado em uma poltrona", contou ao Gshow.
Ele deu entrevista ao portal para falar sobre seu processo de recuperação, que inclui atividade física e dieta, com reeducação alimentar. A meta de Cezar é voltar ao peso que tinha quando participou do BBB 15 — à época, ele pesava cerca de 80 kg e, atualmente, a balança marca 115 kg.
"Fazer esse processo está sendo muito legal porque estou com meu filho do lado", pondera. Cézar vive no Mato Grosso do Sul com a esposa, Carol, e o filho, Vicente, de seis anos.
Atenção à compulsão alimentar
Como aponta o Ministério da Saúde, o transtorno da compulsão alimentar se refere à "ingestão descontrolada de grande quantidade de alimentos, sem apetite e quase sem mastigar, até que seja alcançada a plenitude". As causas podem ser diversas e muitas vezes inter-relacionadas, acrescenta a psicóloga Juliana Pereira, terapeuta cognitiva-comportamental.
"Nós temos os fatores emocionais, ligados às emoções, como estresse, ansiedade, tristeza ou tédio (...), fatores biológicos, como desequilíbrios hormonais, fatores ambientais, onde o paciente tenha acesso fácil a alimentos altamente palatáveis e ricos em calorias, mas ao mesmo tempo tenha que lidar com pressões sociais relacionadas à imagem corporal", exemplifica Juliana em entrevista ao Terra.
A partir disso, a profissional observa diversos padrões de comportamento que indicam a presença de um tipo de transtorno alimentar. Alguns exemplos são:
- consumo de grandes quantidades de comida em um curto período, com sensação de falta de controle;
- ingestão rápida de alimentos;
- insistência em comer mesmo após sentir o estômago cheio;
- sentir vergonha em relação à quantidade de comida ingerida durante um episódio de compulsão, levando a preferência por comer sozinho;
- dietas frequentes e extremas;
- preocupação excessiva com peso e imagem corporal.
Quem sofre com esse quadro tem ainda o risco de desenvolver outros problemas de saúde, como diabetes tipo 2, obesidade, prejuízos no sono, distúrbios metabólicos, doenças gastrointestinais, cardiovasculares e consequências psicológicas. Por isso, o tratamento é complexo e exige abordagem multidisciplinar.
"É fundamental consultar um nutricionista para que o paciente comece a desenvolver hábitos alimentares saudáveis, aprendendo a considerar a fome e a saciedade, e evitar dietas extremamente restritivas, bem como a criar uma rotina regular de refeições e lanches; aprender e praticar técnicas de mindfulness e, em alguns casos, recorrer ao uso de medicações como antidepressivos, estabilizadores de humor ou medicamentos específicos para o controle do apetite", indica a psicóloga.
Além do acompanhamento nutricional, o paciente precisa de acompanhamento psiquiátrico e psicológico. A prática regular de atividade física também é fundamental.