O mês de maio é dedicado à conscientização sobre o câncer cerebral, considerado uma doença silenciosa em que qualquer tipo de tumor maligno se desenvolve no cérebro. A campanha "Maio Cinza" busca levar informação sobre os diferentes tipos de câncer cerebral que podem surgir em várias partes do cérebro e a necessidade de estar atento aos sinais.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença representa cerca de 4% dos casos de câncer no Brasil, sendo mais comum em pessoas com idade acima de 50 anos e ocupando o 10º lugar na lista dos tumores que mais causam mortes no Brasil.
Para entender sobre os sintomas e tratamento da doença, o Terra Você conversou com o médico neurocirurgião membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Felipe Mendes, que explicou as variações que esse tipo de câncer pode ter.
Sintomas
De acordo com o especialista, os sinais podem variar conforme a região, o tamanho e a velocidade de crescimento do tumor e é fundamental buscar ajuda médica ao notar alguns desses sinais:
- Dores de cabeça persistentes com piora gradual;
- Convulsões;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Dificuldades de comunicação;
- Alterações visuais;
- Perda de equilíbrio;
- Mudanças comportamentais.
Quanto aos fatores de risco, o médico destaca que algumas doenças e síndromes genéticas como a neurofibromatose aumentam a chance de desenvolver tumores cerebrais. Além disso, a exposição à radiação ionizante também é um fator de risco conhecido.
Tratamento
O neurocirurgião destaca que o tratamento contra o cancer cerebral é personalizado e depende do tipo, da origem, da localização e do estágio do tumor, além das condições clínicas de cada indivíduo e a presença de problemas de saúde preexistentes.
As opções incluem cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A cirurgia tem o objetivo de remover o máximo possível do tumor de modo seguro.
“Em muitos casos, apenas a cirurgia pode ser suficiente. Porém, em outras situações, pode ser necessário associar modalidades como a radioterapia ou a quimioterapia”, diz o especialista.
Estudos recentes envolvem novas terapias imunológicas, que potencializam a própria imunidade do paciente contra o tumor. O uso de terapias moleculares e genéticas mais direcionadas, com base nas características do tumor, também é destaque, bem como a expectativa do emprego da inteligência artificial para aprimorar o diagnóstico e o planejamento clínico pode ampliar os horizontes dos cuidados oncológicos.