O interesse pelo uso de medicamentos à base de cannabis pode levantar diversas dúvidas, principalmente por pessoas que já utilizam outras medicações para tratamentos específicos. O canabidiol (CBD), composto natural e não-psicoativo encontrado na planta da cannabis, pode ser utilizado no tratamento de diversas condições, e compreender como as interações entre ele e outros tipos de medicações ocorrem é fundamental para garantir tratamentos eficazes e seguros, focando na melhora da qualidade de vida do paciente.
Alguns pacientes podem ter dúvidas sobre a segurança do uso de medicamentos com CBD enquanto utilizam outros fármacos. As chamadas interações medicamentosas ocorrem quando o paciente utiliza mais de um tipo de medicamento ao mesmo tempo, e como qualquer outro composto, o CBD pode interagir com diferentes medicações e suplementos alimentares.
A indicação vai depender de fatores como qual o tipo da substância que já é ingerida pelo paciente, qual a dosagem e qual será a forma como o CBD será metabolizado pelo corpo.
“É importante que o paciente informe os medicamentos de uso contínuo antes de qualquer novo tratamento, pois as consequências dessas interações podem ser uma menor eficácia de algum dos medicamentos ou o risco de efeitos colaterais”, explica José Manzi, diretor médico da Simples Cannabis, empresa que auxilia e facilita a importação dos melhores medicamentos canábicos junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Informações sobre o paciente
Para evitar qualquer risco, os profissionais de saúde realizam avaliações e reúnem informações fundamentais sobre os pacientes, que além das medicações utilizadas, sejam prescritas, de venda livre ou suplementos, incluem possíveis alergias, problemas cardíacos, diabetes, insuficiência hepática ou renal, uso de anticoagulantes e outras condições. Isso ajuda o médico a avaliar as possíveis interações medicamentosas e tomar decisões sobre o tratamento, ponderando riscos e benefícios.
"O uso do CBD em tratamento de sintomas pode ser bastante eficaz. Entretanto, é importante que os pacientes entendam que podem ocorrer interações medicamentosas durante os tratamentos”, explica José Manzi.
O CBD, que é uma alternativa natural, geralmente é bem tolerado mesmo quando usado com outros medicamentos, além de oferecer potenciais benefícios terapêuticos. Seus efeitos colaterais são raramente apresentados, sendo menos frequentes que na maior parte das medicações psicotrópicas.
Apesar de vantajoso e com pouca chance de oferecer consequências negativas, o uso do CBD deve ser avaliado caso a caso, como dito anteriormente. A procura por profissionais de saúde qualificados é fundamental para garantir segurança e eficácia na adesão ao tratamento.
“Apesar do risco de interações existir, vemos o CBD como uma ferramenta valiosa que pode oferecer vantagens significativas para a saúde de muitos pacientes quando usado de forma responsável e sob orientação médica adequada. O tratamento com CBD é progressivo, sendo iniciado com pequenas doses do canabidiol que pode aumentar ou diminuir gradativamente de acordo com a resposta do organismo de cada pessoa”, completa José Manzi.
Possíveis mudanças cognitivas
O tratamento com medicina à base de cannabis não costuma causar quaisquer mudanças cognitivas nos pacientes, e nem causa dependência, uma vez que o composto natural psicoativo, o tetrahidrocanabinol (THC), não está presente nas concentrações de CBD usadas na terapia dos pacientes, ou está presente em quantidades pequenas, geralmente não sendo sequer perceptível.
Qualquer paciente que tenha interesse em utilizar o canabidiol deve, em primeiro lugar, passar em consulta médica ou odontológica para avaliar indicações e contraindicações. E apenas com receita em mãos, será possível dar início ao tratamento.
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