Caso Faustão: como é a recuperação após transplante de coração?

Pós-cirúrgico é desafio: pacientes precisam adotar rotina de medicamentos, passar por um programa de reabilitação e mudar o estilo de vida

28 ago 2023 - 16h08
(atualizado em 29/8/2023 às 14h50)
Faustão em seu programa na Band
Faustão em seu programa na Band
Foto: Rodrigo Moraes/Band / Márcia Piovesan

Fausto Silva recebeu um novo coração no último domingo (27). Segundo informações do próprio Ministério da Saúde, a cirurgia foi bem-sucedida, durou cerca de 2h30 e agora o apresentador se recupera da cirurgia na Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) do Hospital Israelita Albert Eistein, em São Paulo.

De acordo com o médico cardiologista Rizzieri Gomes, os riscos da cirurgia de transplante cardíaco reduziram ao longo dos anos, porém o pós-cirúrgico ainda é um desafio: "Isso porque conta com o período de adaptação ao órgão novo, rejeição dele e o uso de medicamentos de forma contínua", afirma o médico.

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"Desde o primeiro transplante realizado no Brasil, em 1968, as técnicas cirúrgicas e pós-operatória evoluíram bastante. O grande problema naquela época era a rejeição do órgão. Atualmente isso mudou, já que os pacientes recebem, desde o primeiro dia após a cirurgia, medicamentos imunossupressores para reduzir a rejeição. Outros cuidados são os mesmos de qualquer cirurgia cardíaca, como extubação, reabilitação entre outras técnicas", pontua o cardiologista Roberto Kalil, presidente do InCor (Instituto do Coração da FMUSP) e diretor de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês

Após o transplante, é indicado que o paciente inicie um programa de reabilitação.  "Isso pode incluir exercícios para fortalecimento, mobilidade, resistência cardiovascular e respiratória. Além disso, eles ajudam o paciente a retomar as atividades diárias, monitorando de perto a função cardíaca durante o esforço físico e suas adaptações para superar as limitações pós-cirúrgicas", detalha a fisioterapeuta Leandra Marques, especialista em reabilitação cardiopulmar.

Além disso, é comum que o paciente use medicamentos que "diminuem sua imunidade", para evitar que o corpo rejeite o novo órgão transplantado. "Logo, cuidado redobrado deve ser tomado para evitar infecções nesses pacientes, pois estão mais frágeis. Mas o paciente pode ter uma boa qualidade de vida após o transplante, caso tudo corra bem", pontua a médica cardiologista Bruna Miliosse.

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Entre a internação e o período de reabilitação, a recuperação pode ser lenta e costuma levar algumas semanas. Os resultados, porém, fazem o esforço valer a pena, como ressalta o cardiologista Rizzieri Gomes: "[Após o transplante], o paciente recupera a capacidade funcional e muitas vezes até mesmo poderá fazer atividade física, atividades que eram limitadas antes".

Fonte: Redação Terra Você
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