O apresentador Faustão, de 73 anos, precisou ser internado neste fim de semana e passou por uma cirurgia de transplante de rim na segunda-feira (26) no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. A nota divulgada pelo hospital informa que a cirurgia ocorreu sem intercorrências e que ele segue em observação.
O procedimento acontece quase seis meses após Faustão receber um novo coração. No dia 27 de agosto do ano passado, após passar 21 dias internado, o apresentador, que estava na fila como prioridade pela gravidade do caso, realizou o transplante do órgão.
De acordo com o G1, familiares do apresentador disseram que quando passou por um transplante de coração, os rins do apresentador já estavam comprometidos e ele estava passando por hemodiálise. Ele ficou na fila por um transplante de rim por dois meses.
Para entender as nuances de mais de um procedimento de transplante de órgãos em tão pouco tempo, o Terra conversou com Eduardo Fernandes, cirurgião transplantador do Hospital São Lucas Copacabana.
O profissional destaca que o transplante, por si só, é uma cirurgia de alta complexidade que exige um tempo maior de recuperação e que o paciente tome medicamentos específicos para evitar a rejeição do novo órgão pelo organismo, que podem impactar negativamente o sistema imunológico.
“Por isso, pacientes que são submetidos à retransplantes ou transplantes combinados de outros órgãos em um intervalo curto podem estar com sua imunidade enfraquecida. Além disso, o paciente que passou por um transplante há pouco tempo pode estar com uma condição clínica nutricional também debilitada devido às limitações de sua recuperação”, conta o especialista.
O médico diz que a equipe médica e multidisciplinar que acompanha o paciente, seja para retransplante do mesmo órgão ou para um novo órgão em outra área do corpo, precisa estar atenta à essas questões de saúde para evitar que o paciente esteja em uma condição muito debilitada no momento de passar novamente por esse procedimento.
Quanto ao transplante de rim, ao qual o apresentador foi submetido, o médico revela que é um transplante mais simples em comparação ao transplante de coração, então os pacientes tendem a conseguir recuperar a função renal quase que de forma imediata após o procedimento e muitos deles têm uma recuperação plena algum tempo após a cirurgia, com boa qualidade de vida.
Sobre o sucesso a longo prazo, Dr. Eduardo destaca que a grande mágica do transplante é retomar uma ou várias funções perdidas, devolvendo para o indivíduo uma qualidade de vida que ele não tinha antes do procedimento.
“Hoje, com a medicina moderna, equipes multidisciplinares de alto nível e domínio das questões infecciosas, os pacientes que se submetem a retransplantes ou transplantes em um curto intervalo de tempo têm uma grande chance de viver vida normal e saudável”, conclui o especialista.