O surto do Ebola já matou mais de 4.500 pessoas, a maioria na Libéria, Guiné e Serra Leoa, e países do Ocidente ampliam medidas para tentar conter a disseminação do vírus.
Autoridades sugerem que as pessoas evitem o contato com pacientes contaminados, já que o vírus se espalha por fluidos corporais. Além disso, profissionais da saúde devem usar equipamentos de proteção e qualquer equipamento médico deve ser descontaminado.
Apesar de uma campanha de concientização, há mitos sobre a disseminação da doença. Veja abaixo os mais populares - e as explicações verdadeiras.
O vírus se propaga pelo ar, pela água e é contraído através do contato com quem está contaminado
O contágio se produz quando os fluidos corporais de um indivíduo infectado toca alguma das membranas mucosas de alguém que não está contamiado.
Isso quer dizer que o sangue, o suor, a urina ou as fezes do portador do vírus têm que entrar em contato com os olhos, os orifícios nasais, a boca, os ouvidos, a área genital ou uma ferida aberta para contrair a doença.
O contato com lençóis, roupas ou superfícies infectadas pelo vírus também pode causar o contágio, mas apenas se houver algum corte na pele.
É possível ser contaminado por alguém que aparenta estar saudável
É muito improvável que isso aconteça, mesmo se alguém for portador do vírus.
A razão é que os sintomas podem demorar até 21 dias para aparecer - período máximo de incubação da doença. E até que os sintomas sejam visíveis, não há contágio.
Uma pessoa só pode transmitir a doença se o vírus estiver em seu sangue e secreções.
Não se contrai o vírus através de relações sexuais
Se um homem tem Ebola, o vírus pode estar presente nos seus fluidos corporais, incluindo o sêmen. A Organização Mundial da Saúde acredita que o vírus pode permanecer nos fluidos do indivíduo até sete semanas após o paciente ter se recuperado.
Mas outros especialistas sugerem que a doença pode permanecer por até três meses, mesmo se médicos confirmarem não haver partículas virais no sangue.
Quem já teve Ebola deve abster-se de relações sexuais ou usar preservativos durante esse período.
Alguém que morreu não pode espalhar a doença
Embora o indivíduo tenha morrido, o vírus ainda pode estar presente. Por isso, especialistas em epidemiologia temem que a disseminação ocorra em práticas funerárias tradicionais realizadas em alguns países africanos, nas quais parentes ficam em contato direto com os mortos.
Nestes casos, a OMS recomenda o enterro imediato e o uso de luvas e roupas de proteção para o indivíduo que manipula o corpo.
Recomenda-se, também, o treinamento daqueles que lideram os funerais sobre os procedimentos a serem seguidos para evitar que a infecção se espalhe.
Um paciente pode transmitir a doença, mesmo que ele tenha se recuperado
Normalmente, apenas as pessoas que têm os sintomas podem espalhar o vírus.
No caso de uma mulher grávida que recebeu alta, recomenda-se que ela não amamente o bebê.
Antibióticos, água salgada, leite e cebola crua podem prevenir o Ebola
O consumo destes alimentos não impede a contaminação pelo Ebola. Além disso, a ingestão de água salgada - que alguns acreditam que pode curá-los da doença - pode ser perigosa, especialmente em dias quentes.
A OMS cita dois casos de pessoas na Nigéria que morreram por essa razão.
No momento não há cura para o Ebola, mas vacinas estão sendo testadas. Se os testes forem bem sucedidos, profissionais de saúde terão prioridade em receber as injeções.
Você tem que usar produtos anti-sépticos caros para eliminar o vírus
Recomenda-se lavar as mãos com frequência, especialmente se você estiver perto de um paciente com o Ebola.
O álcool em gel pode ser útil, mas se as mãos estiverem visivelmente sujas, é importante lavar com sabão e água limpa, segundo autoridades sanitárias.
Este é o primeiro grande surto de Ebola
Este é o surto que causou mais mortes, mas não é o primeiro.
Segundo a OMS, o vírus foi diagnosticado pela primeira vez em humanos em 1976, no Sudão e na República Democrática do Congo.
O surto ocorreu em uma aldeia perto do rio Ebola, daí o nome da doença. Cerca de 500 pessoas foram infectadas e 400 morreram.
Desde então, várias cepas do vírus surgiram no continente africano.