Após escândalo de gêmeas, China proíbe edição genética

Um cientista disse ter editado os genes embrionários de dois bebês nascidos neste mês

29 nov 2018 - 16h04
(atualizado às 16h46)

O governo da China ordenou nesta quinta-feira uma suspensão temporária das atividades de pesquisa de pessoas envolvidas na edição de genes humanos depois que um cientista chinês disse ter editado os genes de bebês gêmeos.

He Jiankui disse nesta semana que usou uma tecnologia de edição genética conhecida como CRISPR-Cas9 para alterar os genes embrionários de duas gêmeas nascidas neste mês.

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Seu anúncio, que não foi comprovado, provocou um questionamento internacional a respeito da ética e da segurança de tal pesquisa.

He Jiankui em Hong Kong
 28/11/2018    REUTERS/Stringer
He Jiankui em Hong Kong 28/11/2018 REUTERS/Stringer
Foto: Reuters

"A natureza deste incidente é extremamente repugnante, e os organismos relevantes receberam ordens de suspender temporariamente as atividades de pesquisa científica de pessoas relevantes", disse a agência estatal de notícias Xinhua citando o Ministério da Saúde, o Ministério da Ciência e Tecnologia e a Associação para a Ciência e a Tecnologia da China.

Os organizadores de uma conferência na qual He afirmou ter editado os genes também repudiaram o trabalho nesta quinta-feira, classificando-o como "profundamente perturbador" e "irresponsável".

"Mesmo que as modificações sejam verificadas, o procedimento foi irresponsável e não se conformou às normas internacionais", disse o comitê organizador da Segundo Cúpula Internacional de Edição do Genoma Humano, que aconteceu em Hong Kong nesta semana, em um comunicado.

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O comitê pediu uma verificação independente das afirmações de He, que disse que a edição genética ajudará a proteger as meninas de uma infecção de HIV, o vírus que causa Aids.

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