O médico que tratou do jornalista Cid Moreira revelou detalhes do tratamento e do quadro de saúde do comunicador, que faleceu aos 97 anos após ficar internado em Petrópolis, RJ.
O médico Nélio Gomes Junior, que atendeu o jornalista Cid Moreira, no último mês de vida do icônico apresentador do Jornal Nacional, revelou detalhes do tratamento e do quadro de saúde do comunicador, morto nesta quinta-feira, 3.
"É triste para o Brasil, mas estou contente por ter participado nos últimos 29 dias da vida dele e de ter vivenciado um relacionamento de carinho enorme dos dois, da Fátima (Sampaio) e do Cid. Ela deu uma demonstração de carinho enorme, que não tem preço", iniciou o médico durante entrevista no programa Encontro com Patrícia Poeta, da TV Globo.
Gomes Júnior afirmou visitava o jornalista duas vezes por dia, enquanto ele esteve internado no no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do RJ. "Não teve uma noite que eu tenha passado aqui e que ela (Fátima) não estivesse ao lado dele", disse. "É o que a gente faz quando a gente ama", pontuou a esposa do jornalista.
Segundo o médico, por mais de três anos, Cid Moreira fazia diálise peritoneal em casa, para tratar uma insuficiência renal crônica. O tratamento ocorria inicialmente em casa "para dar mais conforto e poder ficar perto da família", explicou.
A diálise peritoneal é um processo de depuração do sangue, para "tirar resíduos que o rim não filtra e que são tóxicos para o organismo". "Uma infecção renal o levou ao hospital. Ele, então, apresentou uma dificuldade para andar e um grau de atrofiação muscular", continuou. O médico disse que o paciente chegou a ter uma trombose venosa dos membros inferiores, o que "o levou a ficar acamado por mais tempo"
"Um paciente de 97 anos que fica acamado, (...) se torna um paciente mais grave, para ter cuidados intensivos. Por isso, ele veio para unidade coronariana. Foi um tratamento multidisciplinar, com vários médicos envolvidos", disse.
Cid Moreira continuou com a diálise peritoneal enquanto esteve internado. "Isso acaba levando a um desgaste natural do organismo", acarretando em infecções e no uso de antibióticos. "Uma atrofia muscular importante, um desgaste natural do organismo, que acaba ficando um pouco desnutrido" levaram ao agravamento do quadro do jornalista, que faleceu nesta quinta-feira.
"Ele teve muita dignidade no tratamento final, foi muito bem acolhido", concluiu o médico. "Estava com a cabeça ótima", completou Fátima.
O jornalista, locutor e apresentador Cid Moreira, um dos rostos e das vozes mais famosos da televisão brasileira, morreu aos 97 anos, depois de ficar internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do RJ. Ele vinha tratando de uma pneumonia.
Ele apresentou o principal telejornal do país, o Jornal Nacional, cerca de 8 mil vezes.