Rastros genéticos do perigoso coronavírus MERS, cuja forma de transmissão continua sendo um mistério, foram encontrados no ar de uma construção que tinha abrigado um camelo doente na Arábia Saudita, anunciaram cientistas nesta terça-feira.
Os resultados deste estudo, publicado na Revista da Sociedade Americana de Microbiologia "mBio", destacam a necessidade de se pesquisar a transmissão potencial deste vírus respiratório por via aérea.
Segundo informe recente da OMS, desde setembro de 2012, 701 casos de coronavírus MERS (que deixou pelo menos 249 mortos) foram confirmados em todo o mundo.
Para o novo estudo, chefiado por Esam Azhar, professor da Universidade de Medicina de Jidá, os cientistas coletaram amostras em um estábulo que abrigava camelos pertencentes a um homem que morreu de MERS.
Quatro de seus animais tinham apresentado sintomas da doença, entre eles secreções nasais. Seu dono tinha aplicado um medicamento diretamente no nariz de um dos camelos doentes, uma semana antes de adoecer ele próprio.
A primeira coleta feita pelos cientistas, em 7 de novembro do ano passado, o dia em que um dos camelos teve diagnosticado o MERS, mostrou que fragmentos genéticos do vírus estavam presentes no ar.
No entanto, os levantamentos feitos nos dias que se seguiram não mostraram rastros do vírus, um sinal possivelmente de que a presença no ar do MERS é, ou muito curta ou intermitente, disse Azhar.
Esta descoberta "requer outros estudos e outras medidas para evitar eventuais contaminações por via aérea deste vírus mortal", acrescentou.
O coronavírus MERS é considerado um primo, mais letal porém menos contagioso, da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que matou 800 pessoas no mundo em 2003.