Cigarro eletrônico: vape aumenta o risco de cárie, diz estudo

Substâncias presentes no cigarro eletrônico se fixam nos dentes e aumentam as chances de surgir novas cáries, além de outros problemas

19 dez 2022 - 08h07
(atualizado às 15h44)
Cigarro eletrônico: fumar vape aumenta o risco de cárie, diz estudo
Cigarro eletrônico: fumar vape aumenta o risco de cárie, diz estudo
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

Um estudo feito na Tufts University School of Dental Medicine, EUA, mostrou que o cigarro eletrônico favorece o surgimento de cáries e outros problemas odontológicos. A pesquisa, publicada no The Journal of the American Dental Association, é a primeira a investigar essa associação.

O estudo

A equipe de pesquisadores analisou dados de mais de 13 mil pacientes que receberam tratamento nas clínicas odontológicas de Tufts, entre 2019 e 2022. A maioria dos voluntários afirmou não usar os pods. Mas, entre os adeptos do dispositivo, os cientistas notaram uma diferença significativa nos níveis de risco da doença bucal.

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Os resultados mostraram que cerca de 79% dos pacientes que fumavam cigarros eletrônicos foram categorizados como tendo alto risco de cárie, em comparação a quase 60% do grupo de controle, composto por aqueles que não consumiam cigarros em geral.

O estudo apontou que uma das razões para essa associação é o teor açucarado e a consistência viscosa do vapor produzido pelos cigarros eletrônicos. Quando a fumaça é inalada pela boca, alguns de seus componentes aderem aos dentes. Aliás, os cientistas observaram que o aerossol produzido pelo dispositivo não apenas aumenta a proliferação microbiana da cavidade bucal, como também facilita a adesão de Streptococcus mutans, principal bactéria responsável pela cárie.

Prejuízos causados pelo cigarro eletrônico

"Apesar da aparência diferente e de não possuir a mesma quantidade de componentes químicos que um cigarro convencional, o vape também é prejudicial a saúde. Isso porque cigarro eletrônico pode levar a problemas como mau hálito, retração gengival, escurecimento da gengiva e dos dentes, bruxismo, doenças periodontais e câncer", destaca o cirurgião-dentista da Clínica Victor Bechara, Dr. Fabio Alencar.

Ele afirma que, caso o indivíduo não pare de usar o cigarro eletrônico, o tratamento mais comum é visitar o dentista regularmente a cada quatro meses. De acordo com o especialista, é necessário realizar procedimentos que permitam manter a saúde dos ossos da boca, da gengiva e dos dentes. "O tratamento odontológico permite restabelecer o microbioma bucal e a função mastigatória mais adequada", afirma. Ele reforça a importância de procurar clínicas e profissionais especializados.

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