Diante da lotação nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais públicos da Grande São Paulo, o governo do Estado já abre possibilidade para transferir pacientes para centros médicos do interior do Estado, onde a pressão por atendimento em decorrência do coronavírus ainda não é tão forte quanto na região metropolitana.
"Não há possibilidade de nós transferirmos leitos de um hospital para outro nessa situação. Ocorre que todos os casos que são positivados vão para uma central de regulação dos serviços de saúde", disse o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann. "Obviamente, estamos dando preferência, neste momento, aos hospitais dentro de São Paulo e Grande São Paulo. Mas os leitos existem também no interior de São Paulo. Então, o que transferimos é o paciente", disse.
Germann afirmou ainda que não cogita requisitar legalmente leitos de internação da rede privada, uma vez que já há tratativas para que os hospitais particullares receberem pacientes vindos do Sistema Único de Saúde (SUS).
A ação de transferir pacientes para cidades menos densas já foi adotada em outros países, como na França. Na capital paulista, segundo o prefeito Bruno Covas (PSDB), "já existem hospitais municipais com 100% de ocupação dos leitos de UTI e a rede já conta com mais de 60% das vagas ocupadas."
O Instituto de Infectologia Emíio Ribas, referência no setor, já tem todos os 30 leitos de UTI ocupados. O quadrilátero que inclui o centro médico e o Hospital das Clínicas já tem 80% de ocupação, percentual parecido com o da zona leste, segundo a Prefeitura.
Covas publicou decreto nesta quinta-feira, 16, em que determina todos os hospitais da cidade, públicos, privados ou filantrópicos, devem informar diariamente quantos leitos de UTI possuem e quantos estão utilizados.