A obesidade é um problema de saúde pública crescente no Brasil. De acordo com o último censo do IBGE, 26,8% da população brasileira com mais de 20 anos sofre com o problema. Este é um grande sinal de alerta, pois a condição é fator de risco para uma série de doenças, como infarto e diabetes.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera sobrepeso e obesidade o acúmulo de gordura corporal, explica Harley Pandolfi, especialista em Endoscopia Bariátrica e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina da Obesidade. O sobrepeso é definido por um Índice de Massa Corporal (IMC) entre 25 e 29,9. "Ainda não é obesidade, mas já precisa de tratamento," afirma o especialista.
Riscos aumentam junto com o IMC
"A partir de 30 até 34,9 é obesidade grau 1, de 35 a 39,9 é a obesidade grau 2. A partir de 40 é a obesidade grau 3", esclarece o médico. Este último grau, também conhecido como obesidade grave ou severa, anteriormente era chamado de obesidade mórbida. Embora este termo tenha caído em desuso muitos especialistas ainda o utilizam.
Conforme o especialista, os riscos associados à obesidade aumentam com o IMC. Por isso é importante adotar uma abordagem preventiva desde a infância e adolescência. "A prevenção começa desde jovem, com a mudança de hábitos, realização de exercício físico e alimentação saudável", afirma.
Tratamentos
Quanto ao tratamento, Pandolfi aponta que "os maiores desafios são a adesão dos pacientes à jornada completa de emagrecimento" Ele destaca que a obesidade não tem cura, mas pode ser controlada. "Para manter o peso controlado, o paciente deve mudar seus hábitos alimentares e de vida", recomenda.
Os tratamentos disponíveis são variados e incluem métodos farmacológicos, endoscópicos e cirúrgicos. "Os métodos proporcionam a perda de peso, mas é crucial a manutenção da perda e a prevenção do reganho de peso", explica o médico. Para isso existem estratégias farmacológicas e endoscópicas, sem a necessidade de cirurgia em muitos casos.
O especialista também enfatiza o apoio profissional no tratamento da obesidade. "Desistir jamais. Lutar sozinho é difícil, mas com a ajuda de profissionais capacitados, a batalha contra o excesso de peso se torna mais eficaz", incentiva.
É importante destacar que não existe receita de bolo para emagrecimento. "Um tratamento personalizado após avaliação individualizada é fundamental", destaca o médico.
Como combater a obesidade
O combate à obesidade requer um esforço conjunto de mudança de hábitos, apoio profissional e estratégias diversificadas para alcançar e manter um peso saudável, prevenindo complicações associadas.
A principal forma de combater o problema é adotar uma alimentação saudável e balanceada, sendo esse o melhor método para evitar o ganho excessivo de peso.
"Evite consumir 'junk foods' e alimentos industrializados e ricos em sal, açúcar e gorduras. No lugar, aposte na ingestão de frutas, verduras, legumes, grãos, alimentos integrais e carnes magras", aconselha Marcella Garcez, médica nutróloga e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
"Além disso, incluir atividades físicas na rotina é outra boa maneira de afastar os diversos problemas de saúde que o sobrepeso pode causar. "O ideal é que você pratique exercícios físicos pelo menos três vezes por semana, de preferência caminhadas, corridas, natação e ciclismo, que estão entre as práticas mais simples e eficientes para o controle do peso", completa a médica.
Mas, caso você já sofra com obesidade, o ideal é consultar um médico nutrólogo, bem como evitar, a todo custo, receitas milagrosas para emagrecer e dietas extremamente restritivas encontradas na internet.
"Isso porque, além de não serem realmente eficazes no emagrecimento, essas mudanças drásticas nos hábitos alimentares, como restrição de grupos alimentares e diminuição de calorias e refeições, podem oferecer riscos à saúde quando realizadas sem acompanhamento médico", alerta a especialista.