Como aumentar a firmeza da pele: Creme para flacidez funciona? 

Embora seja tentador comprar um creme com uma promessa milagrosa, não há evidências científicas de sua eficácia

4 out 2023 - 06h20
Foto: Adobe Stock

Uma passadinha pelas gôndolas das farmácias ou pelo Google, a prática farmácia digital, e é possível ver uma série de cremes com promessas fortes de estímulo de colágeno e combate à flacidez. Mas afinal, eles realmente funcionam? 

“Infelizmente, ainda não existe nenhum creme capaz de reduzir a flacidez da pele, eliminar rugas já instaladas, estimular a produção de colágeno de maneira significativa ou reverter um ‘bigode chinês’. Os cremes milagrosos que prometem eliminar rugas, firmar a pele e devolver viço, infelizmente, não entregam o resultado esperado”, diz a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. 

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“É imprescindível que o paciente entenda que nenhum creme conseguirá tratar a flacidez de pele. Para aumentar a firmeza, precisamos estimular colágeno e agir mais profundamente, atingindo até mesmo o músculo – no caso do ultrassom microfocado – para ‘grudar’ as camadas da pele e deixá-la mais firme. Nenhum creme tem essa capacidade”, argumenta a Lilian Brasileiro, médica especialista em Dermatologia e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Estímulo de colágeno

Para combater a flacidez – vale alertar que em alguns casos nem mesmo os equipamentos conseguirão o resultado almejado – é necessário o estímulo de colágeno através de tecnologias ou bioestimuladores de colágeno injetáveis (procedimentos dermatológicos realizados em consultório), segundo Paola Pomerantzeff. 

“Quem já fez algum procedimento sabe bem a diferença entre o seu resultado e o uso de um creme. Algumas substâncias como caviar, ouro ou extrato de seda, em cosméticos caríssimos, não são absorvidas pela pele; tudo isso é puro marketing. Por isso, a visita a um dermatologista é importante. Um profissional capacitado, após o exame dermatológico da pele, pode indicar tratamentos que realmente farão diferença para cada pele”, explica Paola.

De acordo com Lilian Brasileiro, os cremes funcionam bem como prevenção quando têm antioxidantes. Segundo ela, na faixa dos 20 e 30 anos, a pele lentamente começa a perder colágeno e, fisiologicamente, há o primeiro processo de envelhecimento, com o declínio da produção natural de antioxidantes. 

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“O primeiro passo, então, para reduzir os sinais de envelhecimento prematuro, é o uso diário de filtro solar. A exposição ao sol contribui muito para o processo de envelhecimento da pele. É necessário usar um protetor solar de FPS 50 ou superior e hidratar diariamente com ativos antioxidantes como Vitamina C estabilizada, Vitamina E, extrato de chá verde e ácido ferúlico”, diz ela.

Tratamento para a flacidez

Para a flacidez, existem inúmeros tratamentos dermatológicos. “Porém, cada vez mais, observamos que o ideal é associar técnicas diferentes. Quanto mais técnicas associamos, melhor e mais natural é o resultado. Dessa forma, o paciente aparenta melhora importante sem perder a individualidade", diz Paola. 

"Uma associação bastante utilizada, que tem inclusive publicações científicas, é o ultrassom microfocado e os bioestimuladores de colágeno injetáveis. O ultrassom microfocado estimula a produção de novas fibras de colágeno através do aquecimento nas camadas mais profundas da pele e na fáscia muscular da face. Ele ‘reorganiza’ internamente as ‘camadas’ da face. Os bioestimuladores de colágeno – hidroxiapatita de cálcio ou ácido L Poli-Lactico – são aplicados na pele através de injeções e, além de melhorar a qualidade do colágeno já existente, eles estimulam a formação de novas fibras também. Se fizermos os dois procedimentos associados ocorre um sinergismo em que 2+2 não será igual a 4, será 6 ou 7. O efeito benéfico é potencializado”, complementa Paola. 

“Usamos tecnologias e injetáveis no rejuvenescimento facial para que a pele responda de maneira fisiológica ao estímulo de colágeno, que pode ser químico – no caso de bioestimuladores injetáveis – ou físico – no caso de tecnologias”, destaca Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS.

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Skin tightening

Outra vantagem do ultrassom microfocado, segundo Cláudia, é que ele pode agir mais profundamente, no músculo, o que provoca o skin tightening. 

“Chamamos de skin tightening aquele aperto que ocorre entre as camadas de pele e músculo. É como se fosse uma cola entre essas camadas, que ficam mais aderidas, juntinhas, umas das outras, melhorando o aspecto de firmeza facial”, diz a médica. 

Nesse sentido, outra técnica que pode ser usada para melhorar a flacidez é o laser intraoral. “A tecnologia exclusiva Inside-Out do laser Fotona fornece calor dentro da mucosa oral para ajudar a elevar e sustentar a musculatura da pele. Existem vários benefícios como o fortalecimento dos músculos que sustentam o lábio superior, melhora do bigode chinês, da flacidez de canto de lábio e da flacidez do lábio superior. Além disso, é um tratamento que complementa a ação de sustentação do ultrassom microfocado. Ele atua no SMAS [sistema aponeurótico muscular superficial] e como há uma retração forte de tecido, ele também ajuda a ‘colar’ essa ligação entre os músculos e a pele”, diz a médica.

Como aumentar a firmeza da pele

Segundo o dermatologista Renato Soriani, expert em tecnologias dermatológicas e criador da técnica MD Morpheus, usada no mundo todo, o procedimento de radiofrequência microagulhada Morpheus8 pode ser feito com o objetivo de aumentar a firmeza da pele. 

“Morpheus é uma radiofrequência microagulhada de alta performance. Ela atua através do remodelamento do colágeno. No procedimento, as microagulhas ‘furam’ o tecido superficial da pele e liberam radiofrequência nas camadas mais profundas, ajudando a estimular colágeno”, diz Renato. 

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Lilian Brasileiro diz que uma estratégia adicional é realizar o procedimento LPG Endermologie. “Essa é uma tecnologia completamente natural e não invasiva que conta com um sistema avançado que combina massagem mecânica, sucção e rolagem para estimular a atividade celular da pele e outros tecidos subjacentes. Dessa forma, o procedimento é capaz de melhorar o fluxo linfático e a microcirculação, eliminar toxinas e estimular a síntese de colágeno e elastina”, explica a médica.

A opção pela cirurgia plástica

Nos casos em que há grande flacidez de pele, a cirurgia plástica é recomendada, segundo Paolo Rubez, cirurgião plástico, membro da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da Unifesp. 

“A técnica Deep Plane Facelift permite um rejuvenescimento muito grande e natural para o rosto, pois trata de forma pontual todas as suas camadas que apresentam envelhecimento. Outro ponto importante é que o resultado se mantém por mais tempo já que o rosto foi tratado de maneira global”, diz o médico. 

“O lifting inicialmente tratava apenas a camada de pele do rosto, esticando-a e retirando seu excesso. Isso promovia resultados muito artificiais e estigmatizados. Sua evolução foi iniciar o tratamento de camadas mais profundas como o SMAS, tecido que cobre a musculatura, através de pontos para reposicioná-los. O Deep Plane se diferencia pela forma com que se trata o SMAS, de maneira mais profunda e fazendo um reposicionamento melhor e mais duradouro da anatomia que a idade alterou. É uma técnica indicada sobretudo para pacientes acima dos 45 anos em média, e que já apresentem sinais de envelhecimento como flacidez de pele e perda de volume na face”, finaliza Paolo.

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(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão. 

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