O médico oncologista Fernando Maluf destaca que é possível detectar a recorrência de câncer através de novos testes, como a biópsia líquida, que analisa fragmentos de DNA da célula tumoral circulante, assim como o risco de recorrência após um tratamento.
Após passar por um tratamento intensivo contra o câncer, muitos pacientes encontram um certo alívio ao finalizar essa etapa difícil na saúde. No entanto, a luta contra o câncer pode não terminar com o último ciclo de tratamento e para muitos sobreviventes, a preocupação com a possibilidade de recorrência da doença permanece constante.
O médico oncologista Fernando Maluf usou seu perfil no Instagram para contar que é possível detectar o câncer no corpo quando o tratamento acaba. Essa percepção é fundamental para que o paciente trate a remissão o mais rápido possível.
De acordo com o especialista, novos testes estão sendo realizados para detectar resquícios de tumor, que não aparecem nos exames de imagem. Maluf destaca o teste conhecido como “biópsia liquida”, que avalia um fragmento do DNA da célula tumoral circulante.
“Nós sabemos que muitas vezes tratamos pacientes, homens e mulheres, e o câncer desaparece, mas infelizmente para algumas pessoas o câncer retorna. E ele retorna porque existia ainda algo no corpo que não era visível”, diz o oncologista.
Maluf destaca que testes como o de biópsia líquida são capazes de detectar esse resquício de tumor que os exames de imagem não encontram, mas que ainda existem e são extremamente sutis e não visíveis.
O médico ainda cita um estudo publicado na revista The Journal of Clinical Oncology, que observou 70 mulheres com câncer de colo de útero, tratadas com quimioterapia e radioterapia por um tumor localmente avançado.
O estudo percebeu que quando o fragmento do DNA do tumor ainda permanecia depois do final do tratamento em até 3 meses, o risco de volta do tumor era 4 vezes maior.
“Se nós soubermos quem ainda não está curado com o primeiro tratamento e conseguirmos intervir com novas medicações antes de esperar o câncer aparecer, nós podemos curar mais pacientes”, conclui o médico.