A asma é uma das doenças crônicas mais corriqueiras na vida de adultos e crianças e pode chegar a 600 internações por ano no Brasil. Para esclarecer suas dúvidas, o pneumologista Dr. Frederico Thadeu Campos, coordenador do serviço de Pneumologia do Hospital Madre Teresa (MG), enfatiza o quanto é importante tratar dessa doença que mata muito no Brasil e no mundo.
Conviver com asma é possível? Veja dicas:
1. O que é a asma?
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas e habitualmente é decorrente devido a predisposição familiar e desencadeada por fatores externos, como o ácaro, poeira de casa, fumaça de cigarro, contato com poluição, pelo de animal, entre outros fatores.
2. Há diferenças entre asma brônquica, asma alérgica e asma ocupacional?
Tudo é asma, então essas diferenças dependem das características clínicas e que podem ter utilidade na hora de escolher o tratamento. Essa diferenciação dos tipos da asma é diagnosticada por um alergista, pneumologista ou clínico, esses são os profissionais que detectam os tipos de asma.
3. Como identificar os sintomas da asma?
O paciente com asma tem dois sintomas principais: chiado no peito e falta de ar. Existem alguns casos onde o paciente não tem esses sintomas claros e ele cursa com o quadro de tosse crônica. Uma coisa interessante é que a asma é intermitente, ou seja, com intervalos (ela vai e volta), os sintomas dependem de fatores externos como a temperatura do clima ou se há presença de animal em casa.
4. Como evitar crise de asma?
A asma é um tipo de doença que inicialmente deve ser tratada por um médico. Existe um exame que se chama espirometria, que ajuda a diagnosticar a asma. Existem pacientes que têm asma episódica (gripe) e crônica (todos os dias). A primeira medida preventiva é o controle ambiental, pois a pessoa em casa ou no ambiente de trabalho deve evitar poeira. A segunda forma é através de medicamentos, um para tratar a crise e outro para o tratamento preventivo.
5. Quais outros tipos de doença têm sintomas semelhantes à asma?
O DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) é similar à asma causada pelo uso excessivo de cigarro. É importante que o médico diferencie as doenças porque o tratamento tem remédios distintos.
6. O asmático se cuida com frequência?
É muito variável. A grande maioria das pessoas que recebe orientação se cuida. Nós notamos uma dificuldade em dois casos: quando os pais de uma criança asmática fumam ou para quem tem animal de estimação. O problema do animal é justamente conquistar afinidade e depois ser obrigado a se desfazer do animal mais tarde pode gerar um grave problema.
7. O asmático pode fazer exercícios físicos?
Para quem tem asma, exercícios físicos são importantes para ganho de massa muscular e resistência, mas é preciso orientação médica antes de iniciar a atividade. O paciente asmático grave não pode fazer uma maratona. Outra situação é que alguns pacientes podem ter crise durante o exercício, e para isso, nós recomendamos o uso do broncodilatador antes de começar a se exercitar. A natação é importante para asma, mas pacientes com sinusiterepetida não devem recorrer a essa atividade física.
8. Como é o tratamento?
Os medicamentos preventivos são anti-inflamatórios e hoje muitos remédios são utilizados por via inalatória, o que antes se chamava de bombinha. Hoje nós temos cápsulas, spray e pó por inalação. A vantagem deste tipo de medicamento é ir diretamente ao órgão que está doente. Como a absorção pela corrente sanguínea é mínima, o paciente terá um efeito máximo da droga com baixíssimos efeitos colaterais.
9. Asma tem cura?
Não. Asma tem controle. O paciente sempre vai ter potencial. E o asmático que segue as recomendações tem uma vida praticamente normal, mas não significa que ele seja curado.
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Dados da Asma no Brasil e no Mundo
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a estimativa é de 300 milhões de asmáticos no mundo. A incidência é mais comum em países ricos e acredita-se que a asma varie entre 1% e 18% da população.
Já no Brasil, o índice representa 10% da população, ou seja, 20 milhões de pessoas são asmáticas. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que o País tem a média de 300 a 600 internações por ano com crise de asma. Já a mortalidade brasileira pela doença é de 1,5 mortes por 100 mil habitantes.
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