A pandemia causou diferentes efeitos na saúde física e mental de boa parte da população. Uns ganharam peso, outros tiveram alergias na pele, alguns emagreceram, outros sofreram quedas nos cabelos da face - e ainda há aqueles que desenvolveram problemas como depressão e ansiedade. Com Brenno Faustino não foi diferente. O influencer de moda e estilo adquiriu compulsão alimentar durante o isolamento social, o que resultou em 15kg a mais na balança.
"Infelizmente com a chegada da pandemia, eu engordei 15 kg, e isso foi péssimo, tanto para minha saúde mental, quanto para minha autoestima. Isso porque sempre trabalhei com conteúdos relacionados a moda, beleza e comportamento, mas desde que ganhei esse número expressivo em peso, as marcas não me notam e não me convidam para publicidades de roupas. Assim como os modelos, os influenciadores digitais também sofrem com a pressão estética exigida pelo mundo da moda", desabafou Brenno.
O que é a compulsão alimentar
A compulsão alimentar é um tipo de transtorno alimentar, assim como a bulimia e a anorexia. Segundo o Dr. Tasso Carvalho, Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), a compulsão alimentar se caracteriza pelo consumo de uma grande quantidade de alimentos em um curto espaço de tempo. "Em momentos de ansiedade, a pessoa acaba 'descontando' seus sentimentos na comida. Quando alguém tem o transtorno, muitas vezes o observa tarde demais", afirma o médico.
Outro aspecto do transtorno é sentir culpa após o episódio de compulsão alimentar. Afinal, o indivíduo não conseguiu se "controlar" diante da comida e exagerou na alimentação mesmo sem estar fisicamente com fome. A consequência disso é a condenação de si, também vivenciada como auto-recriminação. "Isso acaba gerando ainda mais ansiedade e fazendo com que o ciclo se repita e pareça não ter fim, mas tem!", completa Carvalho.
Como combater o transtorno?
O influenciador revelou que buscou diversos tratamentos para acabar com a obesidade. Desde treinos com personal, até ida em nutricionistas e endocrinologistas. "Já fui em nutricionista, que para mim são os que mais dão um tratamento humanizado, procurei também endocrinologistas, mas me senti mal e pressionado com atendimento, além quererem me passar diversos anabolizantes para acelerar o emagrecimento e se tornar algo radical e sensacionalista", revela. No entanto, nada disso pareceu surtir efeito.
Para Brenno, foi necessário mudar seu estilo de vida para melhorar sua relação com a comida."O que deu mais certo para me ajudar na compulsão alimentar foi ir ao nutricionista, ter um acompanhamento de treino com um profissional, fazer terapia semanalmente e optei por usar métodos naturais com tratamento ortomolecular", contou.
Para não deixar que a comida domine a mente é preciso prestar atenção nos hábitos cotidianos. "É fundamental buscar formas alternativas de alimentação, que tenham propriedades mais saudáveis e que estimulem uma rotina equilibrada", afirma Cyntia Maureen, nutricionista da Superbom.
Rever outras condutas - além das alimentares - também pode ser uma boa saída para evitar quadros graves de compulsão alimentar. "Uma excelente opção para não descontar o emocional na comida é encontrar atividades mais eficientes, como a prática de exercícios físicos e uma rotina regular de sono. Esses cuidados podem auxiliar na redução de sintomas como a ansiedade e angústia", aponta a nutricionista.