As férias em família de uma criança britânica de 10 anos, em Cabo Verde, na África, se tornou uma experiência assustadora. Hector Harvey sofreu queimaduras intensas causadas pelo sol, após usar um protetor solar com a validade vencida.
“Ele estava usando o fator de proteção solar mais alto que eu já tinha visto [FPS 90] e ele estava queimado. Eu sabia que tinha reaplicado o protetor solar e feito tudo certo e, embora eu ainda esteja me culpando, é incrivelmente injusto, pois comprei algo de boa fé e não funcionou”, afirmou Natalie, mãe do menino, em entrevista ao The Mirror.
Em fotos, é possível ver o rosto e o corpo de Hector totalmente vermelhos e cobertos de bolhas amarelas. O menino foi internado, teve as queimaduras solares tratadas e passou por uma cirurgia de emergência.
Cuidado: crianças têm pele mais fina e sensível
Em entrevista ao Terra Você, o médico dermatologista, Lucas Miranda, explica os riscos de usar produtos com fator de proteção solar fora da validade.
De acordo com o especialista, o uso de protetor solar vencido pode comprometer a eficácia da fórmula, resultando em menor proteção contra os raios UV. Em crianças, cuja pele é mais fina e sensível, isso pode aumentar o risco de queimaduras solares, desenvolvimento de eritemas e, a longo prazo, maior suscetibilidade a danos cumulativos, como envelhecimento precoce e câncer de pele.
“Um protetor solar fora da validade pode perder estabilidade em seus filtros químicos ou físicos, reduzindo sua capacidade de bloquear ou absorver os raios UVA e UVB. Isso aumenta a exposição direta aos raios solares, podendo resultar em queimaduras graves e, em casos prolongados, causar danos mais profundos, como alterações celulares”, diz o médico.
Sinais de que um protetor solar não está mais eficaz
Alterações na consistência, como separação de fases, mudanças no odor ou cor, são indicativos de degradação do protetor solar. O médico explica que isso pode ocorrer antes da data de validade se o protetor for armazenado incorretamente, como em locais com exposição ao calor ou luz direta.
O dermatologista destaca que é essencial escolher protetores solares com fator de proteção solar (FPS) de no mínimo 30, com proteção contra raios UVA e UVB.
“Os pais devem optar por fórmulas hipoalergênicas e testadas dermatologicamente para pele sensível, além de verificar sempre a validade e armazenar o produto de maneira adequada, longe de calor excessivo”, alerta.
Além de usar protetor solar específico para pele sensível, crianças ainda podem usar roupas com proteção UV, chapéus de abas largas e evitar exposição solar entre 10h e 16h. Hidratação constante da pele após a exposição ao sol também é fundamental para manter a barreira cutânea íntegra e evitar irritações.