Enchente no Rio Grande do Sul aflige saúde pública; estado tem que estar alerta a sintomas de doenças como leptospirose, hepatite A e tétano, além dos acidentes com animais peçonhentos.
O contato com águas contaminadas em desastres naturais, como o que estamos vendo no Rio Grande do Sul, traz preocupações para a saúde pública. Com pessoas se deslocando de outros estados para ajudar na linha de frente e outras retornando do local, é preciso ficar atento a possíveis sintomas de doenças como leptospirose, hepatite A, tétano e acidentes com animais peçonhentos.
O médico Rodrigo Athanazio, da Melvi Saúde, explica os sintomas mais comuns de cada uma das enfermidades.
Leptospirose
“A leptospirose é uma doença bacteriana presente na urina de ratos e outros animais. É transmitida quando a água contaminada entra em contato com a pele, principalmente se houver algum ferimento exposto, mas também pelos olhos, nariz ou boca. Se apresentar febre, dor de cabeça, urina escura e dores no corpo, sobretudo nas panturrilhas, alguns dias após o contato com a água ou lama contaminada, procure o serviço de saúde mais próximo imediatamente e informe aos profissionais que você vivenciou a enchente”, diz.
A leptospirose tem cura, e o diagnóstico e tratamento podem ser feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Hepatite A
Rodrigo esclarece que a hepatite A é um vírus transmitido pela ingestão de água ou alimentos contaminados. Entre os sintomas mais comuns estão mal-estar, vômitos, febre, náuseas e pele e olhos amarelados.
“A pessoa pode apresentar os sintomas entre 15 e 45 dias após a exposição ao vírus. A vacina está disponível no SUS para alguns grupos prioritários ou pode ser tomada em clínicas de imunização de forma particular.”
Tétano
O tétano é uma infecção causada pela toxina de uma bactéria e pode ser encontrada em diversos ambientes. De acordo com o médico, a contração acontece através de ferimentos ou lesões de pele, como cortes ou queimaduras. Os sintomas surgem, em média, entre três e 21 dias e são febre, dificuldade de engolir e contrações musculares. Importante ressaltar que o tétano também pode ser prevenido através da vacinação que está disponível para todos indivíduos no do SUS.
Animais peçonhentos
Durante as enchentes, animais como cobras, aranhas e escorpiões buscam locais secos para se alojarem.
“Se você for picado não amarre, corte ou chupe o local da ferida. Apenas lave com água e sabão e procure o serviço de saúde imediatamente”, discorre Dr. Rodrigo.
Se você está se voluntariando para os resgates ou ajudará após as águas baixarem, mantenha boas práticas: cubra cortes, queimaduras ou arranhões com bandagens à prova de água; utilize sapatos e luvas impermeáveis e não ande descalço ou com sapatos abertos; e cuidado ao manusear entulhos.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.