A luz artificial mudou a forma como a raça humana viveu os últimos 100 anos. Mas as preocupações estão aumentando acerca da exposição a ela, que, estima-se, quadriplicou entre 1950 e 2000. As informações são do site do jornal britânico Daily Mail.
Mesmo para quem não trabalha durante a noite, é praticamente impossível evitar o ofuscamento noturno a partir de lâmpadas de rua, lanternas de carros e luzes de TVs, computadores e smartphones.
Este tipo de iluminação afeta o ritmo circadiano – o relógio biológico do corpo – e a produção de melanina, hormônio liberado pela glândula pineal.
Veja, a seguir, de que forma este processo pode gerar problemas e afetar a sua saúde.
Quilinhos a mais
Cientistas da Universidade de Northwestern, em Chicago, descobriram recentemente que a exposição à luz de computadores e smartphones podem levar ao ganho de peso. Ela aumentaria a angústia da fome e pode fazer isso durar por horas.
Uma razão apontada é que estes aparelhos emitem mais luz azul, do tipo que geralmente funciona como uma chamada para o relógio do corpo acordar e repor seus estoques de energia.
O estudo mostrou que a exposição por três horas durante a noite estimula o apetite.
Risco de câncer
O uso ocasional de dispositivos tarde da noite não deve trazer danos, mas, repetidamente, pode aumentar o risco de câncer. Um relatório publicado no European Journal of Cancer Prevention mostrou uma análise de 16 estudos nesse sentido. Pesquisadores de uma universidade chinesa descobriram que o hábito pode aumentar em até 17% as chances do câncer de mama.
Outros estudos mostraram que enfermeiras que trabalham durante a noite podem sentir esse efeito – uma teoria é que isso corrompe o equilíbrio hormonal do corpo e cria o ambiente ideal para o desenvolvimento do câncer.
Crianças ansiosas
Pesquisa realizada com animais sugere que a exposição noturna à luz torna as crianças mais ansiosas. Um estudo publicado no jornal Physiologu and Behaviour mostrou que bebês de ratos expostos à luz durante a noite apresentaram mais sinais de estresse e ansiedade do que os que dormiram na escuridão, provavelmente por ter aumentado os níveis do hormônio do estresse, o cortisol.
Outra pesquisa, publicada no mês passado, mostrou que crianças podem ser mais suscetíveis à supressão da melatonina do que os adultos.
Diabetes tipo 2
Uma pesquisa publicada no jornal Chronobiology International mostrou que os idosos são mais propensos a desenvolver diabetes ao se sentarem por quatro horas diante de luzes brilhantes antes de se deitar.
Cientistas japoneses verificaram que pacientes expostos a luzes brilhantes à noite se mostraram 50% mais propensos a desenvolver a doença. Isso pode ser explicado pelo fato de o relógio do corpo ter um papel importante no controle dos níveis de açúcar no sangue.
Mau humor
Enquanto uma boa noite de sono pode fazer muito bem, a exposição noturna à luz pode ter o efeito oposto em sua saúde mental e psíquica. Estudos recentes da Universidade de Ohio mostraram que hamsters fêmeas expostas à luz durante a noite demonstraram sinais de mau humor e depressão.
Cientistas descobriram que os animais também apresentavam níveis mais elevados de sangue de fator de necrose tumoral, proteína que envia mensagens em resposta à lesões ou inflamações. A elevação constante dessa proteína também tem sido associada à depressão.
Sonolência durante o dia
A exposição à luz azul – o tipo que vem de smartphones, tablets e laptos – pode fazer com que você se sinta sonolento no dia seguinte, mesmo que tenha tido uma boa noite de sono. Essa é a conclusão de um estudo recente da Universidade de Tsukuba, no Japão, onde nove homens foram expostos à luz azul ou a nenhuma luz por duas horas antes de irem para a cama.
Embora tenham dormido o mesmo tempo, na manhã seguinte os pesquisadores notaram que os altos níveis de sonolência estavam entre os que tiveram expostos à luz azul. O metabolismo deles se tornou mais lento, sugerindo que este tipo de luz interrompe a habilidade do relógio do corpo de dar início às atividades pela manhã.
Cura, sintomas e causas: tire dúvidas sobre a depressão