O Ministério da Saúde informou que houve um salto nos casos de dengue nos primeiros meses de 2023. Entre janeiro e março, houve 210 mil casos prováveis da doença. O número é 43,8% maior do que o registrado no mesmo período no ano passado. A região com maior incidência é a Centro-Oeste, com 254,3 casos por 100 mil habitantes.
O vírus da dengue é um grande problema de saúde pública do país. O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior disseminação da doença. Sua incidência aumenta no verão, em dias quentes e úmidos. Saiba tudo sobre essa infecção.
O que é dengue?
A dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral e de evolução benigna na forma clássica, e grave quando se apresenta na forma hemorrágica.
A dengue é, hoje, a mais importante arbovirose (doença transmitida por artrópodes) que afeta o homem e constitui-se em sério problema de saúde pública no mundo, especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor.
O vírus da dengue apresenta quatro sorotipos, em geral, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.
Como ocorre a transmissão?
Os vírus da dengue são transmitidos pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, quando também infectada e, devido à presença do vetor no ciclo de transmissão da doença, qualquer epidemia de dengue está diretamente relacionada à concentração da densidade do mosquito, ou seja, quanto mais insetos, maior a probabilidade de elas ocorrerem.
A transmissão se faz pela picada do Aedes aegypti, no ciclo homem - Aedes aegypti - homem. Após um repasto de sangue infectado, o mosquito fica apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias de incubação.
A transmissão mecânica também é possível, quando o repasto é interrompido e o mosquito, imediatamente, se alimenta num hospedeiro suscetível próximo. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento.
Os vírus da dengue são transmitidos pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, quando também infectada e, devido à presença do vetor no ciclo de transmissão da doença, qualquer epidemia de dengue está diretamente relacionada à concentração da densidade do mosquito, ou seja, quanto mais insetos, maior a probabilidade de elas ocorrerem. O período de incubação varia de 3 a 15 dias, sendo, em média, de 5 a 6 dias.
Sintomas
Os sintomas da dengue podem variar de pessoa para pessoa. Algumas podem não sentir nenhuma reação, enquanto outras apresentam quadros de médio à grave.
Em geral, os sintomas apresentados são fadiga, dor no corpo, febre, perda de apetite, dor de cabeça, náuseas e manchas avermelhadas pelo corpo, que são as erupções na pele.
A dengue tem duração de cinco a sete dias (máximo de 10), mas o período de convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas.
No que se refere à forma mais grave, os sintomas iniciais são semelhantes, porém há um agravamento do quadro no terceiro ou quarto dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório.
Os sinais de alarme que indicam risco de agravamento são dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, tontura, principalmente quando fica de pé sangramentos de mucosa, sonolência ou muita irritabilidade nos casos graves.
O choque geralmente ocorre entre o terceiro e o sétimo dia de doença, geralmente precedido por dor abdominal. Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.
Além disso, condições prévias ou associadas como referência de dengue anterior, idosos, hipertensão arterial, diabetes, asma brônquica e outras doenças respiratórias crônicas graves podem constituir fatores capazes de favorecer a evolução com gravidade.
Tratamento
Não há tratamento específico. A medicação é apenas sintomática, com analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona).
Para as formas não graves o paciente deve ser orientado a permanecer em repouso e iniciar hidratação oral com aumento da ingestão de água, sucos, chás e soros caseiros.
Devem ser evitados os salicilatos e os antiinflamatórios não hormonais, já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas e acidose.
No que se refere à dengue hemorrágica, o tratamento é realizado a partir da internação hospitalar do paciente.
Prevenção
A prevenção da doença pode ser feita de duas formas. Uma pela redução ou controle de infestação pelo mosquito, medidas de combate aos vetores que tem sido promovida e realizada pelo Ministério da Saúde, que sempre solicita ajuda e conscientização da população.
Eliminação de locais que possam conter nas superfícies os ovos do mosquito com água parada tais como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos de vasos de plantas ou qualquer outro que possa armazenar água de chuva.
Cuidados com o ambiente precisam acontecer visto que as fêmeas do A. aegypti costumam viver dentro das casas em ambientes escuros e baixos (sob mesas, cadeiras, armários etc.), onde podem ser encontradas temperaturas (que variam entre 24 e 28°C) e umidades apropriadas para o mosquito adulto.
Existe vacina para dengue?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou recentemente a vacina dengue quadrivalente. O imunizante foi licenciado para uso em pessoas entre 4 e 60 anos, incluindo quem não teve a doença, em esquema de duas doses, com intervalos de três meses.
Os estudos clínicos demonstraram eficácia de 80,2% contra os quatro sorotipos da enfermidade, em um período de 30 dias a 12 meses após a administração da segunda dose. Com relação à segurança, a vacina é contraindicada para imunodepimidos, gestantes e mulheres durante o período de amamentação.
Fonte: Juliana Oliveira, infectologista do Hcor