Dentista tem a mão amputada após sepse causada por infecção urinária

Depois de entrar com uma ação na Justiça contra o plano de saúde, Thaís Nogueira conseguiu uma mão robótica

7 nov 2024 - 17h11
Cirurgiã dentista Thais Nogueira, de 40 anos
Cirurgiã dentista Thais Nogueira, de 40 anos
Foto: Arquivo pessoal

A cirurgiã dentista Thais Nogueira, de 40 anos, precisou amputar a mão esquerda após uma sepse causada por infecção urinária. Para poder continuar com sua carreira, ela tem treinado para usar uma mão robótica, que conseguiu após acionar a Justiça contra o plano de saúde.

A situação começou em 2021, quando a dentista descobriu um câncer de colo de útero avançado e precisou realizar quimioterapia, radioterapia e braquiterapia. Como efeito colateral, a radiação acabou queimando sua bexiga.

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O dano fez com ela desenvolvesse cistite actínica — quadro que provoca dor ao urinar, sangue na urina, incontinência urinária e maior propensão a infecções no local. O tratamento proposto foi realizar embolização da bexiga para diminuir a circulação sanguínea no órgão. 

Após a embolização, a situação piorou. Thais procurou um segundo urologista e, ao fazer uma cistoscopia,  descobriu que parte da sua bexiga havia necrosado, por conta da embolização.

“Na tentativa de salvar o órgão, o médico prescreveu o uso de sonda aliado à câmara hiperbárica (30 sessões). Após isso, ele faria um procedimento para retirar a parte necrosada e o útero que estava colado na bexiga pelo efeito da radioterapia. Mas, infelizmente, não deu tempo, tive um choque séptico”, relatou a dentista, em entrevista à revista Marie Claire

Internação e perda da mão

Thais deu entrada no hospital com quadro de sepse devido a infecção urinária. Por conta do não funcionamento dos rins, a dentista foi para o centro cirúrgico, e um acesso no braço esquerdo causou a oclusão da artéria radial. Com o passar dos dias, a falta de oxigenação foi responsável pela necrose da mão.

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Em situações como a dela, quando o corpo está passando por uma infecção intensa, a necrose dos membros, como mãos e pés, ocorre para proteger os órgãos vitais para que o organismo sobreviva.

Nogueira passou 7 dias em coma e 67 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ao acordar, ela sentiu dor no braço e, ao ver a mão, por ser da área da saúde, percebeu que a gravidade do quadro provavelmente levaria à amputação.

“Dez dias após perder a mão, perdi a bexiga também e fiquei com uma bolsinha, o que afeta muito a autoestima da mulher. Mas não teve jeito de manter o órgão porque a chance de uma nova infecção urinária era muito grande”, relatou a dentista.

'Vaquinha' e mão biônica

Após se recuperar e voltar para casa, as amigas da dentista começaram uma vaquinha com o objetivo de juntar dinheiro para comprar uma mão biônica. Com a ajuda de uma advogada, Thais entrou com uma ação para que seu plano de saúde cobrisse o custo da prótese, de R$ 300 mil. 

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A dentista ganhou a ação e, atualmente, está realizando um treinamento para poder usar a mão biônica no trabalho. Com o dinheiro arrecadado por meio da vaquinha, outra prótese será comprada, para ficar de reserva quando a principal precisar de manutenção. 

“Eu espero, assim que eu pegar minha mão biônica, seguir minha carreira sem grandes dificuldades, inspirar pessoas e viver bem, sem ser olhando pela janela de um hospital, como em 2021”, concluiu Thais.

Fonte: Redação Terra
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