A data 27 de setembro é celebrada anualmente como o Dia Nacional da Doação de Órgãos, visando conscientizar a população sobre a importância deste ato. Entre janeiro e junho deste ano, 14.352 mil transplantes foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país, de acordo com o Ministério da Saúde.
O número registrado já é maior que o do ano passado, quando foram registrados 13,9 mil durante o mesmo período. Os órgãos mais doados foram os rins, fígado, coração, pâncreas e pulmão.
A pasta informou que no total, 4.580 órgãos, além de 8.260 córneas e 1.512 medulas ósseas (classificadas como tecidos) foram doados nos primeiros seis meses de 2024. O aumento em relação a 2023 foi de 3,2%.
Doação de órgão ainda é tabu
Ainda segundo a Saúde, de cada 14 pessoas que manifestam interesse em doar, apenas quatro acabam efetuando a doação. Um dos principais obstáculos é a recusa familiar.
“Dentre os motivos para não autorizar a doação, estão a não aceitação da manipulação do corpo, crença religiosa, medo da reação dos parentes, desconfiança da assistência e a não compreensão do diagnóstico de morte encefálica – quando se crê que é possível reverter o quadro”, informa a pasta.
Além do doador ter a opção de informar em vida o seu desejo, a família também precisa comunicar à equipe médica sobre o ato.
O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é o maior programa público de transplantes do mundo, responsável pela regulamentação, financiamento, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes realizados no Brasil.
O que uma pessoa pode doar?
O Ministério da Saúde explica que existem dois tipos de doadores falecidos:
Após morte encefálica
Paciente cuja morte encefálica foi constatada segundo critérios definidos pela legislação do país e que não tenha sofrido parada cardiorrespiratória. O doador falecido nesta condição pode doar coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e tendões.
A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico, como qualquer outra cirurgia. Para a doação de órgãos é necessária a manutenção da circulação sanguínea do paciente até o momento da retirada do órgão a ser doado.
Após parada cardiorrespiratória
O doador cuja morte foi constatada por critérios cardiorrespiratórios (coração parado) pode doar apenas tecidos para transplante (córnea, vasos, pele, ossos e tendões).
Quero ser doador, o que fazer?
Se você deseja ser um doador de órgãos, avisar aos familiares é a mais importante, porque a lei brasileira exige o consentimento da família para a retirada de órgãos e tecidos para transplante.
Não é necessário deixar a vontade expressa em documentos ou cartórios, basta que sua família atenda ao seu pedido e autorize a doação de órgãos e tecidos. Se você tem um parente doador, respeite a vontade dele.
No entanto, se você deseja doar em vida, é necessário ser juridicamente capaz, atendendo os preceitos legais quanto à doação intervivos, estar em condições satisfatórias de saúde e concordar com a doação, desde que não prejudique sua própria saúde.
“O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte do pulmão ou parte da medula óssea, a compatibilidade sanguínea é primordial em todos os casos. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores em vida. Não parentes, somente com autorização judicial”, informa o Ministério da Saúde.