O Dia Nacional do Diabetes acontece nesta quarta-feira, dia 26 de junho. A data foi estabelecida para aumentar a conscientização sobre a prevenção e o controle do diabetes, uma doença crônica que afeta milhões de brasileiros.
Entre as várias etapas desta doença, o pré-diabetes é uma fase crítica que pode passar despercebida, mas cujos sintomas iniciais podem servir como um alerta para mudanças necessárias no estilo de vida.
Em entrevista ao Terra Você, o médico endocrinologista James Barbosa explica que a pré-diabetes é uma condição de saúde em que os níveis de glicose (açúcar) no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não são suficientemente elevados para serem diagnosticados como diabetes tipo 2.
“É um estado intermediário que indica um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2, doenças cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC) no futuro”, diz o especialista.
Diferente da diabetes tipo 1, onde o corpo não produz insulina, a diabetes tipo 2 se caracteriza por uma resistência à insulina, ou seja, as células do corpo não respondem adequadamente ao hormônio insulina.
De acordo com dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgado em 2023, o diabetes atinge 10,2% da população brasileira.
Sintomas
O médico explica que a condição geralmente não apresenta sintomas claros e por isso, muitas pessoas podem estar pré-diabéticas sem saber. No entanto, sinais sutis podem indicar que os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal. Esses sinais incluem:
- Aumento da sede;
- Frequência urinária aumentada;
- Fadiga;
- Visão turva;
- Feridas que demoram a cicatrizar;
- Áreas escuras na pele (acantose nigricans), frequentemente observadas em dobras e vincos do corpo, como no pescoço, axilas e virilhas.
O diagnóstico de pré-diabetes é feito através de três principais exames de sangue:
Glicemia de jejum: Níveis de glicose entre 100 e 125 mg/dL após um jejum de pelo menos 8 horas.
Teste de tolerância à glicose oral (TTGO): Níveis de glicose entre 140 e 199 mg/dL duas horas após a ingestão de uma solução açucarada.
Hemoglobina glicada (A1C): Níveis entre 5,7% e 6,4%, medindo a média de glicose no sangue nos últimos 2-3 meses.
Os testes podem ser repetidos para confirmação e incluem a avaliação de fatores de risco e histórico médico.
Tratamento
O tratamento para a pré-diabetes envolve:
Dieta saudável: Consumo de alimentos ricos em fibras, vegetais e grãos integrais.
Atividade física regular: Pelo menos 150 minutos por semana de exercício moderado.
Controle de peso: Perda de peso se necessário, para melhorar a sensibilidade à insulina.
Monitoramento frequente: Exames regulares para acompanhar os níveis de glicose no sangue.
Medicamentos: Às vezes, a metformina pode ser prescrita para ajudar a controlar os níveis de glicose.
Prevenção
Para prevenir a pré-diabetes, o especialista recomenda uma alimentação saudável aliada a prática de exercícios físicos, além da manutenção de um peso saudável, monitoramento de glicose, moderação na ingestão de bebidas alcoólicas e parar de fumar.