Hoje, dia 31 de maio, comemora-se o Dia Mundial Sem Tabaco. A data, criada em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem como objetivo lembrar os perigos do fumo, discutir as estratégias da indústria para seduzir novos usuários e provocar ações contra o tabaco. De acordo com a OMS, o tabagismo continua a ser a principal causa de morte evitável em todo mundo, pois é um importante fator de risco para o desenvolvimento de diversas doenças crônicas, como câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares. Cerca de 1/3 da população mundial é fumante e 5 milhões morrem por ano em consequência do uso do cigarro.
Acompanhe os rastros que o cigarro deixa no seu corpo
No Brasil a situação é grave, pois o número de fumantes chega a quase 32 milhões. Segundo levantamento do Instituto Nacional de Câncer (INCA) o tabaco é responsável por cerca de 200 mil mortes por ano. A pesquisa Vigitel Brasil 2011, realizada pelo Ministério da Saúde, mostrou que a frequência de adultos fumantes varia muito de acordo com a cidade. O índice mais baixo apareceu em Maceió, 7,8%, enquanto Porto Alegre esse número chegou a 22,6%. A capital gaúcha é seguida no ranking por Curitiba, com 20,2% e São Paulo, com 19,3%.
Porto Alegre também lidera entre os dois sexos com 24,6% entre os homens e 20,9% entre as mulheres. Curitiba tem 24,4% de fumantes na população masculina e 16,5% na feminina. Já São Paulo, que fica em terceiro lugar no ranking dos homens com 22,2%, tem 16,8% de fumantes entre as mulheres.
Os fumantes têm entre 20 e 30 vezes mais chances de desenvolver câncer de pulmão. Porém, os riscos não param por aí. A lista de danos à saúde inclui doenças cardiovasculares, respiratórias, impotência sexual no homem, infertilidade na mulher, osteoporose e até catarata. Para as mulheres o cigarro associado ao uso de anticoncepcionais também aumenta em 10 vezes o risco de sofrer derrame e infarto. “O fumo realmente acarreta uma série de doenças, que podem ser prevenidas com a interrupção desse hábito”, afirma Christina Pinho, pneumologista do Hospital São Vicente de Paulo. Porém, ela recomenda que o fumante que pretende largar o tabaco busque ajuda profissional que possa ajuda-lo a controlar os sintomas da abstinência.
Os danos do tabaco, no entanto, não se restringem ao uso. De acordo com o INCA, ao longo da cadeia de produção o meio ambiente também é afetado. Por isso, o tema nacional para o Dia Mundial Sem Tabaco deste ano é “Fumar: faz mal para você, faz mal para o planeta”. Dessa vez as ações, palestras e eventos espalhadas pelo Brasil também devem destacar os danos causados pelo tabaco desde seu cultivo até a dependência química dos usuários.
Outro problema que ganha destaque é o tabagismo passivo, inalação da fumaça do cigarro por não fumantes, que convivem com fumantes em lugares fechados. “Adultos que são regularmente expostos à fumaça possuem 30% a mais risco de desenvolver um câncer de pulmão e até 24% a mais de risco de ter um infarto”, explica Christina Pinho. A especialista ainda alerta para aumento do índice de doenças respiratórias em crianças com pais fumantes.
O cigarro contém cerca de 4.720 substâncias tóxicas. Além das mais conhecidas, como nicotina e monóxido de carbono, a fumaça do cigarro possui substâncias radioativas como polônio 210 e cádmio (aquele das baterias dos carros). Por isso, o corpo já é capaz de sentir mudanças depois de apenas 20 minutos depois de parar de fumar.