A diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, viajará nesta sexta-feira ao Mali para ajudar o país a conter o surto de ebola, antes que aumente o número de contágios e se suscite "um fogo fora de controle".
O anúncio foi feito hoje mesmo pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em entrevista coletiva no Banco Mundial (BM), com sede em Washington.
O secretário-geral estava acompanhado de Chan; do presidente do BM, Jim Yong Kim, e da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.
Durante sua visita, a chefe da OMS ajudará o governo do Mali, ao qual uma parte da população acusa de negligência e que hoje comunicou oficialmente seis possíveis mortes por ebola, a última a de um médico malinês que trabalhava na Clínica Pasteur de Bamaco.
Antes da entrevista coletiva, Ban Ki-moon falou por telefone com o presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, para expressar seu "apoio e solidariedade".
"Não é cedo demais para começar a atuar", declarou Ban, destacando que o vírus também impacta na educação e na segurança dos países afetados.
Em seu discurso, a diretora da OMS também se referiu ao Mali, onde "há um pouco de fogo, um pouco de fumaça, e a OMS deve atuar antes que se transforme em um fogo fora de controle".
"Devemos atuar rápido e tomar medidas preventivas para conter o vírus", objetivo pelo qual a OMS está trabalhando lado a lado com o governo malinês, garantiu Chan.
Sobre a necessidade de aumentar a cooperação entre países falou Ban, que pediu à comunidade internacional que "siga trabalhando unida, e apoiando econômica e logisticamente" às nações mais afetadas pelo vírus.
"Devemos fazer todo o possível para parar o surto nos países afetados e evitar que a epidemia se estenda a outros. O risco de contágio segue crescendo e precisamos de mais médicos e voluntários", comentou Ban.
Em sua opinião, o mundo vive um "momento-chave" na luta contra o ebola porque houve evidências claras de progresso, especialmente na Libéria, onde o número de novos casos caiu significativamente, embora em outros como Mali e Serra Leoa estejam aumentado as infecções.
"Nosso objetivo é muito difícil: devemos chegar a um número de casos zero", concluiu Ban.
Mais de cinco mil pessoas morreram pela epidemia de ebola, que afetou especialmente Libéria, Guiné e Serra Leoa, segundo a OMS.